BRAZIL JOURNAL: Graduação perde peso na Cogna e tendência é cair mais

Apesar de ainda estar distante dos tempos áureos, a ação da Cogna é o grande destaque do Ibovespa em 2025: desde o início do ano, o papel já andou 126%.

Nos últimos 12 meses, o papel da Cogna subiu 22,5%, comparado a uma alta de 5,5% na Yduqs e uma e uma queda de quase 10% na Anima.

De acordo com o CEO Roberto Valério, a graduação, que representava quase 100% da receita da companhia em 2018, hoje é 60% e a tendência é cair mais, de forma gradual. A maior parte da expansão acontece nos cursos técnicos, profissionalizantes e pós.

Confira a entrevista 

Vocês anunciaram no Cogna Day que o turnaround acabou. Mas acabou mesmo?

O turnaround acabou há mais de dois anos. Lá no fim de 2020, em plena pandemia, demos um guidance de quatro anos, prevendo que precisaríamos reorganizar o negócio após o fim do FIES, a mudança da regulação do EAD e a alta dos juros.

O plano tinha duas etapas: dois anos de reestruturação e dois anos de crescimento no novo modelo. A primeira etapa foi sobre ajustar a estratégia, cortar custos, mudar o portfólio. A segunda já foi de crescimento — com a empresa mais enxuta e saudável nos últimos dois anos.

Quais foram as principais mudanças?

Primeiro viramos uma empresa asset light. Vendemos nossas escolas e mantivemos foco em ativos que consomem menos capital, como EAD e sistemas de ensino. Segundo, deixamos de ser uma holding com quatro empresas independentes e viramos uma companhia com quatro unidades de negócio — o que reduziu o overhead, acelerou decisões e trouxe sinergias.

Na Kroton, fechamos 35% dos campi físicos e passamos a operar via polos parceiros. Também eliminamos o PEP, nosso programa de financiamento, que comprometia o caixa. Ajustamos a política de crédito e renovação, mirando receita mais saudável e previsível.

Como essa estratégia impactou o balanço?

Lá em 2021, nossa receita chegou a cair 19% num trimestre — enquanto nossos pares cresciam 15%. Mas era uma escolha nossa: ser menor, mas mais rentável. E funcionou. O EBITDA saiu de R$ 690 milhões para quase R$ 2 bilhões. A geração de caixa pós-capex foi de R$ 240 milhões para R$ 1,05 bilhão. Hoje temos uma operação com margem alta, receita recorrente e geração de caixa consistente.

É possível sustentar esses números daqui para frente?

Já são 16 trimestres com a mesma estratégia e com crescimento. Se a nossa safra de vestibular crescer entre 5% e 10% ao ano, como vem acontecendo, com estrutura de custo fixa, a margem só tende a melhorar. Esse crescimento de receita empilhada, combinado com disciplina em despesas, bate no lucro líquido — como voltou a acontecer em 2024, após cinco anos.

Mas o mercado ainda tem dúvidas. Dá para garantir que a trajetória de crescimento continua?

Dá, porque as mudanças foram estruturais. O investidor que olhar os últimos quatro anos vai ver crescimento constante de EBITDA, geração de caixa e margens. E o melhor: é um movimento sustentável, não pontual.

O mercado se preocupou com os ganhos não-recorrentes do quarto tri. Eles distorcem os números?

A gente é transparente. Mostramos tudo. O investidor que decida se é one-off ou não. Mas é curioso: quando impacta negativamente, ninguém chama de one-off. Quando reverte, aí chamam. Nosso foco é seguir entregando margem e geração de caixa — com ou sem não-recorrentes.

Leia a entrevista completa no Brazil Journal.

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