Dom Sergio da Rocha, arcebispo da Arquidiocese de São Salvador da Bahia e primaz do Brasil, é um dos cardeais brasileiros que pode votar na escolha do novo papa e também concorrer ao cargo. Entretanto, em entrevista coletiva na segunda-feira, 21, ele se esquivou de comentar sobre o assunto e focou em destacar o legado de Francisco.
“Nesse momento, não temos muito a dizer sobre o conclave, temos o que falar sobre o papa Francisco. O conclave está nas mãos de Deus. Certamente, o Espírito Santo irá conduzir os cardeais eleitores que nos ajudará a tomar a decisão que for a que Deus quer para a igreja”, disse ele.
Com a morte do Santo Padre, um novo papa será escolhido a partir de um conclave, o processo de eleição do próximo pontífice, que ainda será definido. “Há sempre especulações sobre quem será o futuro papa. Mas, primeiramente, é preciso respeitar esse momento em que nós vamos estar ainda em oração pelo papa Francisco que acaba de falecer.”
Ele estará em Roma para acompanhar o funeral e o sepultamento do papa Francisco, que será no sábado, 26, conforme divulgou o Vaticano nesta terça-feira, 22.
“Além disso, devemos aguardar a respeito do conclave. Naturalmente, um período em que os cardeais de todo o mundo vão se dirigir à Roma. Espero estar o quanto antes lá para participar dos rituais do papa Francisco e permanecer, em Roma, para o conclave, uma vez que também há reuniões que antecedem o próprio conclave”, afirmou o cardeal da Bahia.
O cardeal e arcebispo da Arquidiocese de São Salvador da Bahia destacou a simplicidade do papa Francisco. “Sempre interpelando a igreja, a humanidade, comovendo. Lembre-se que a própria escolha do nome Francisco já expressava essa simplicidade”, disse.
Nomeado cardeal pelo papa Francisco
Hoje com 65 anos, o cardeal nasceu em Dobrada, em São Paulo. Em 2011, foi nomeado arcebispo metropolitano de Brasília. Durante essa gestão, foi nomeado cardeal pelo papa Francisco em 19 de novembro de 2016.
Além disso, presidiu a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de 2015 a 2019.
Em 2020, foi nomeado como arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, título honorífico atribuído ao arcebispo de São Salvador da Bahia, que é a diocese mais antiga do País.
Reconhecendo sua contribuição à capital baiana, a Câmara Municipal de Salvador concedeu-lhe o Título de Cidadão Soteropolitano em 25 de maio de 2023, e agora, em 25 de março deste ano, o cardeal recebeu da Assembleia Legislativa da Bahia o Título de Cidadão Baiano, de acordo com a Arquidiocese de São Salvador da Bahia.
Cardeais que elegerão o papa
Tradicionalmente, a Itália é o País com mais eleitores no conclave – são 17 nesta edição. É seguida dos Estados Unidos (10) e o Brasil vem em terceiro, com 7: Odilo Pedro Scherer (São Paulo), João Braz de Aviz (emérito de Brasília), Orani João Tempesta (Rio de Janeiro), Paulo Cezar Costa (Brasília), Leonardo Ulrich Steiner (Manaus), Jaime Spengler (Porto Alegre) e Sérgio da Rocha (Salvador), que tem aparecido em listas de papáveis.
O cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito da Arquidiocese de Aparecida (SP), não pode votar por ter 88 anos – só cardeais com até 80 anos têm esse direito, embora qualquer cardeal, de qualquer idade, possa ser votado.
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