Quanto custa instalar energia solar em casa e em quanto tempo o investimento se paga?

O preço dos painéis solares residenciais caiu, em média, 60% entre 2022 e 2025 para o consumidor final no Brasil, de acordo com levantamento da plataforma Meu Financiamento Solar.  

A geração própria de energia solar abastece, atualmente, mais de 4,6 milhões de imóveis no Brasil, entre residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos, segundo balanço da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).   

Qual o tamanho da economia? 

O tamanho da economia de energia e do retorno do investimento na instalação de placas solares vai depender da região e do tamanho do projeto. O estudo comparou os preços de mais de 3 mil empresas instaladoras de painel solar no Brasil e apontou que o retorno de investimento para quem instalar sistemas fotovoltaicos em telhados varia entre 35% e 45% ao ano, dependendo da região e do dimensionamento do projeto. 

Em média, o retorno baseado no preço da conta mensal dividido pela economia pode fazer com que a instalação se pague em cerca de 3 anos. O tamanho do sistema necessário para bastecer uma família vai depender, principalmente, da região do país. Uma casa na região sudeste que consome 347 kWv no mês, precisaria de, no mínimo, um sistema de 3,3 kWp para suprir toda a sua necessidade de energia no período. Em uma casa no nordeste, o tamanho desse sistema tende a ser menor. 

Simulação de preço e retorno de investimento em energia solar

Tipo de Consumidor Potência do Sistema Preço Médio (R$) Economia na Conta de Luz (R$) Economia Anual (R$) Taxa de Retorno Anual
Residencial 5kWp 12.906,00 400 4.800,00 37%
Residencial 6,6kWp 16.988,00 500 6.000,00 35%
Residencial 7,6kWp 18.165,00 600 7.200,00 40%
Residencial 8,8kWp 20.518,00 700 8.400,00 41%
Residencial 10kWp 22.692,00 800 9.600,00 42%
Residencial 12,2kWp 26.318,00 1.000,00 12.000,00 46%
Comercial 25,5kWp 54.500,00 2.000,00 24.000,00 44%
Comercial 50,5kWp 122.900,00 4.000,00 48.000,00 39%

Fonte: Meu Financiamento Solar (janeiro 2025)

Ao todo, são cerca de 35 gigawatts (GW) de potência instalada em telhados e pequenos terrenos no País, com investimentos acumulados da ordem de R$ 164,1 bilhões. A tecnologia fotovoltaica já está presente em 5.563 municípios e em todos os estados brasileiros.

“A queda no preço foi tão grande que agora investir em um sistema de energia solar fotovoltaica para uma casa ou comércio pode ser o melhor destino do dinheiro do proprietário”, afirma a Carolina Reis, diretora-executiva do Meu Financiamento Solar.

Simulação de financiamento de sistemas de energia solar

Tipo de Consumidor Potência do Sistema Preço Médio (R$) 36 x Parcelas*(R$) 60 x Parcelas*(R$) 84 x Parcelas*(R$) Economia mensal na Conta de Luz (R$)
Residencial 5kWp 12.906,00 575 428 388 400
Residencial 6,6kWp 16.988,00 745 554 500 500
Residencial 7,6kWp 18.165,00 793 590 534 600
Residencial 8,8kWp 20.518,00 891 663 600 700
Residencial 10kWp 22.692,00 981 730 661 800
Residencial 12,2kWp 26.318,00 1.131,00 842 762 1.000,00
Comercial 25,5kWp 54.500,00 2.296,00 1.702,00 1.547,00 2.000,00
Comercial 50,5kWp 122.900,00 5.131,00 3.818,00 3.458,00 4.000,00

Fonte: Meu Financiamento Solar (janeiro 2025)

Fusões e aquisições subiram mais de 70% em 2024

Fusões e aquisições no setor de energia solar no país cresceram 76% em 2024, acumulando 51 operações com impulso tanto no mercado de grandes usinas quanto na geração elétrica de pequeno porte. Levantamento da consultoria Greener mapeou 35 operações envolvendo usinas de energia solar que mudaram de mãos em 2024, somando pelo menos 3,6 gigawatts-pico (GWp) de potência. A quantidade desse tipo de transação praticamente triplicou em relação às 12 registradas no ano anterior. 

Nas aquisições de usinas, se destacou a Brasol, com 4 aquisições nas chamadas usinas de Geração Distribuída, de menor capacidade, em 2024. Já no mercado de Geração Centralizada, com usinas de maior capacidade de geração de energia, A Atlas Renewable Energy, foi a responsável por adquirir 11 usinas da Shell no país, somando cerca de 600 MWp. 

O que é Geração Distribuída e Geração Centralizada de energia solar?

A Geração Distribuída (GD) refere-se a instalações de menor porte, como sistemas fotovoltaicos residenciais (autoconsumo local) comumente entre 4 kW e 8 kW de pico, ou usinas de GD para geração compartilhada. Tecnicamente, considera-se GD instalações de até 3 MW não despacháveis. 

São consideradas Geração Centralizada (GC) as usinas de maior porte, das quais a energia pode ser contratada por meio de leilões de energia, onde as distribuidoras contratam energia, ou pelo Mercado Livre de Energia, por meio de contratos bilaterais (PPAs). Atualmente dois terços da energia solar produzida no Brasil vem da geração distribuída. 

Característica Geração Distribuída (GD) Geração Centralizada (GC)
Porte Instalações menores, como sistemas residenciais de autoconsumo (4 kW a 8 kW) ou usinas de GD para geração compartilhada. Tecnicamente, instalações até 3 MW. Usinas de maior porte.
Autoconsumo Predominantemente autoconsumo local (geração e consumo simultâneos) e também autoconsumo remoto e geração compartilhada1. O excedente vira crédito Não aplicável diretamente. A GC vende energia para distribuidores e consumidores
Despacho Não despachável pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A energia é injetada na rede de distribuição Despachável pelo ONS, que controla quando cada usina opera
Participação no Mercado Não participa do Mercado Livre de Energia. A compensação é feita por meio de créditos no ambiente regulado Pode ser contratada por meio de leilões de energia ou pelo Mercado Livre de Energia através de contratos bilaterais (PPAs) ou autoprodução
Modelo de Contratação Não há venda de energia, mas sim compensação de créditos Venda de energia por meio de leilões, contratos bilaterais (PPAs) ou autoprodução
Impulsionamento Principalmente pelo consumidor residencial Mais voltada para o comércio de energia no Mercado Livre
Leilões de Energia Não participa dos leilões de energia Participa dos leilões, embora esses estejam se tornando mais raros
Desafios Consolidação do setor com empresas maiores adquirindo as menores Cortes de geração (curtailment), PLD baixo (preço da energia) e demanda que não acompanha a oferta
Armazenamento Sistemas de armazenamento em baterias para melhor aproveitamento do excedente de energia Não aplicável diretamente

Atualmente, cerca de 22% de toda a energia do país vem da matriz solar. 

Futuro descentralizado

Para Mateus Pinheiro, analista de conteúdo e inteligência de mercado da Greener, o futuro do mercado de energia solar no país tende a ser cada vez mais descentralizado, com a produção e o consumo virem de pequenos consumidores residenciais. Para ele, o próximo desafio para esse tipo de consumidor é o armazenamento da energia gerada para fazer com que, por exemplo,  ela possa ser utilizada no período da noite. 

“Há uma forte expectativa de um futuro mais descentralizado, com um aumento no número de consumidores que também são produtores de energia, os chamados ‘prosumidores’. O consumidor residencial, ao se conscientizar sobre a transição energética, descarbonização e como funcionam as tarifas, buscará se proteger das bandeiras tarifárias, o que deve impulsionar a GD. A chegada dos carros elétricos plug-ins pode fazer com que esse consumidor se interesse maior pela geração de energia solar em casa”, afirmou. 

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