Ibovespa abre em queda após mais um Focus pessimista; dólar sobe

Foto: unsplash

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, a B3, iniciou o primeiro pregão da semana no vermelho, com o mercado assimilando mais um Boletim Focus pessimista divulgado na manhã desta segunda-feira (10) pelo BC (Banco Central).

Por volta das 10h15 (horário de Brasília) o marcador apresentava um recuo de 0,69%, aos 124.173 pontos.

Já o dólar comercial iniciava a sessão no sentido contrário do índice, ao passo que avançava 0,13%, cotado a R$ 5,79.

No início desta segunda-feira (10), o dólar à vista se mantém, praticamente, estável em relação ao real, acompanhando a movimentação das cotações no exterior. Os investidores permanecem atentos à divulgação de mais informações sobre os planos tarifários dos EUA e aos indicadores de inflação previstos para esta semana.

A aversão ao risco domina os mercados globais nesta segunda-feira (10), em meio às incertezas sobre a política tarifária de Trump e à desaceleração econômica nos EUA.

No Brasil, o cenário também não é positivo, com a piora nas previsões para a inflação pressionando ainda mais o desempenho da bolsa.

De acordo com o Relatório Focus do BC, divulgado nesta segunda-feira (10), as expectativas dos analistas para a inflação de 2025 foram revistas para cima. A projeção para este ano aumentou de 5,65% para 5,68%.

Início de semana ‘angrento’ para mercado local e externo, avalia especialista

Alison Correia, analista de investimentos e sócio-fundador da Dom Investimentos, destaca que a semana passada foi marcada por uma queda significativa nos mercados financeiros dos EUA, com ativos chegando a cair mais de 3%, a pior queda semanal desde setembro do ano passado.

“A gente tem mais um início de semana super sangrento, principalmente nos Estados Unidos, que na semana passada teve sua pior queda”, disse.

O analista afirma que o mercado se esgotou das expectativas em relação a Trump, ressaltando que “o mercado cansou” das constantes ameaças e recuos do presidente dos EUA sobre as tarifas, como a possível imposição de 25% sobre o Canadá e o México, que acabou sendo adiada mais uma vez.

Correia também enfatiza que a falta de clareza sobre as ações de Trump está gerando incerteza, prejudicando a confiança das empresas.

“Em qualquer tipo de exposição e de aumento de tarifas, as empresas, sabendo que também terá contra-ataque por parte dos países, precisam se antecipar sobre quando vai rolar, se vai rolar e reprecificar os seus balanços”, explica.

O analista afirma que, devido a esse cenário, os investidores têm se desfazido de ativos, optando por garantir lucros e colocar dinheiro no bolso.

Além disso, Correia observa que uma série de dados econômicos dos EUA ficou abaixo das expectativas, refletindo um desaquecimento da economia americana, incluindo o aumento da inadimplência de veículos, o maior em 30 anos.

Segundo o especialsita, “o desaquecimento da economia norte-americana já trouxe novamente à tona a ideia de que os Estados Unidos podem voltar a cortar taxa de juros”, o que, para os mercados emergentes como o Brasil, seria uma notícia positiva, atraindo mais recursos.

No Brasil, Correia aponta que a expectativa de entrada de investidores estrangeiros tem favorecido o mercado, destacando a valorização da bolsa brasileira que subiu mais de 2% na semana passada, alcançando os 125 mil pontos.

“Com os Estados Unidos passando por todos esses problemas, quais são as opções menos piores que a gente tem pra diversificar nossa carteira? Com certeza, o investidor pensa no Brasil”, afirma o analista, mencionando também a atratividade da bolsa dolarizada e a perspectiva de juros mais baixos no país.

EUA

Os futuros dos índices nos EUA operam em baixa nesta segunda-feira (10), com as preocupações sobre a saúde da maior economia global afetando o apetite por risco dos investidores.

Entre os dados que serão divulgados, está a pesquisa de expectativas do consumidor do Fed de Nova York, que sai na segunda-feira, e o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, que será publicado na sexta-feira.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,58%

S&P 500 Futuro: -0,76%

Nasdaq Futuro: -0,93%

Bolsas asiáticas

Na Ásia, as bolsas encerraram o dia sem uma direção definida, com os investidores avaliando as declarações diárias de Trump sobre tarifas, que continuam a gerar volatilidade nos mercados globais.

Na China, o dado de inflação doméstica também influenciou o desempenho, com uma queda de 0,7% nos preços no ano, superando a previsão de um aumento de 0,5%, revertendo a alta de 0,5% registrada em janeiro.

Shanghai SE (China), -0,19%

Nikkei (Japão): +0,38%

Hang Seng Index (Hong Kong): -1,85%

Kospi (Coreia do Sul): +0,27%

ASX 200 (Austrália): +0,18%

Bolsas europeias

Os mercados europeus, por sua vez, operam predominantemente em alta, com a Alemanha afastando-se da austeridade fiscal e a região aumentando seus investimentos em defesa militar.

FTSE 100 (Reino Unido): -0,19%

DAX (Alemanha): +0,05%

CAC 40 (França): +0,03%

FTSE MIB (Itália): -0,04%

STOXX 600: -0,05%

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