Impasse sem solução

editorial

A Tribuna acompanha há décadas os problemas de infraestrutura urbana de Juiz de Fora, evidenciando os desafios e cobrando possíveis soluções de situações que prejudicam a cidade e quem nela vive. Um dos transtornos que há anos se agrava e não é exclusivo de Juiz de Fora é a fiação aérea.

Diante desse cenário, a Tribuna retoma a discussão neste domingo (2). A manchete desta edição, assinada pelo repórter Pedro Moysés, mostra que o emaranhado de fios em postes da cidade não apenas causa poluição visual, mas também representa riscos em dias de chuvas intensas, aumentando as chances de rompimentos, curtos-circuitos e acidentes elétricos.

A responsabilidade pela fiscalização e adequação da fiação é dividida entre a Prefeitura e a Cemig, mas a situação permanece sem avanços significativos. Dados da Secretaria de Desenvolvimento Urbano apontam que, em 2024, foram emitidos 719 documentos fiscais para regularização da fiação. No entanto, a quantidade de fios acumulada segue aumentando, conforme evidenciado por registros fotográficos recentes feitos pelo jornal.

A Cemig, concessionária responsável pelo posteamento urbano, afirma ter recolhido 15 toneladas de fiação irregular em 2024 e aplicado sanções às empresas que utilizam os postes de forma inadequada. Contudo a resistência das operadoras de telecomunicações em arcar com os custos de regularização dificulta a implementação de medidas eficazes. A legislação municipal, como a Lei 14.350/2022, busca disciplinar a instalação e a manutenção dos cabos, mas enfrenta desafios para sua efetiva aplicação.

Enquanto o impasse persiste, a população continua exposta aos riscos. A falta de uma ação coordenada entre os órgãos públicos e as empresas concessionárias impede uma solução definitiva para o problema. Medidas mais rigorosas, como fiscalização intensificada e aplicação de sanções efetivas, são necessárias para garantir maior segurança e organização urbana.

A expectativa é que o aumento das multas e a remoção de cabos irregulares tragam melhorias a longo prazo. No entanto, sem um compromisso concreto de todas as partes envolvidas e sem mudanças estruturais, a cidade continuará enfrentando os mesmos problemas, com prejuízos diretos para a qualidade de vida dos juiz-foranos.

 

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