Restrições dos EUA a chips de IA podem frear desenvolvimento tecnológico do Brasil

Em meio à disputa tecnológica global, os EUA anunciaram medidas que podem comprometer significativamente o desenvolvimento da inteligência artificial no Brasil, com novas regras que restringem o acesso a chips avançados e tecnologias essenciais para o setor.

A política americana divide os países em três categorias, com o Brasil ocupando uma posição intermediária que limita sua capacidade de importação. O governo brasileiro terá uma cota máxima de 1.700 GPUs de alta performance por ano, volume considerado insuficiente para projetos mais ambiciosos.

O impacto será significativo para a criação de IA brasileira“, alerta Anderson Soares, coordenador do Centro de Excelência em Inteligência Artificial da UFG. Ele explica que o pré-treino de modelos de linguagem, etapa crucial e mais cara do processo, ficará sujeito à aprovação do governo americano.

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Barreiras burocráticas e desafios para inovação

As novas regras também exigem autorização dos EUA para a construção de grandes centros de dados em países do grupo intermediário, impondo requisitos rigorosos de segurança e auditoria. Isso deve burocratizar e desacelerar projetos de inovação brasileiros.

A situação preocupa especialistas como Rodrigo Nogueira, fundador da Maritaca AI. “Precisamos ter um parque nacional de computação que permita treinar e disponibilizar nossas IAs no Brasil, ainda mais com o futuro protecionista que se projeta“, defende.

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Impactos no planejamento do Brasil para os EUA

O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, que previa investimentos de R$ 250 milhões até 2028 para expandir a capacidade computacional do país, pode ter seus objetivos comprometidos. As restrições americanas devem afetar tanto os prazos quanto os resultados esperados.

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Consequências para o mercado e alternativas

Uma das consequências indiretas pode ser o fortalecimento das Big Techs americanas no Brasil. Sem acesso direto aos chips necessários, empresas e pesquisadores brasileiros podem ser forçados a depender dos serviços em nuvem de gigantes como Google, Amazon e Microsoft.

O governo brasileiro estuda alternativas, como desenvolver modelos em parceria com outros países dos Brics. No entanto, essa aproximação pode trazer riscos adicionais, já que o Brasil pode ter sido incluído no grupo intermediário justamente por seu potencial de cooperação com rivais dos EUA, como a China.

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Fonte: Estadão

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