Quanto tempo leva para chegar a R$ 1 milhão investindo a partir de R$ 500 por mês?

Muitas pessoas sonham em ser milionárias, mas não fazem ideia de como chegar a R$ 1 milhão. A dica é investir parte da renda ao longo dos anos. O processo pode ser longo, mas com o tempo chega-se a este objetivo.

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Ao investir R$ 500 por mês, é possível ficar milionário entre 13 a 25 anos, dependendo do produto escolhido para fazer o dinheiro render. Se apertar o orçamento mais um pouco e conseguir acumular R$ 700 por mês, o tempo para chegar a R$ 1 milhão é de 12 a quase 23 anos. O perfil do investidor, que poderá ser agressivo ou conservador, é que vai ditar a escolha do produto e o tempo de espera.

Quanto tempo leva para chegar a R$ 1 milhão

Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP e especialista em finanças comportamentais, fez os cálculos para demonstrar em quanto tempo se chega a R$ 1 milhão com investimentos mensais de R$ 500, R$ 700, R$ 900, R$ 1.100, R$ 1.200 e R$ 1.500.

As projeções têm o objetivo de demonstrar como o tempo pode diminuir aplicando um pouco a mais. Quem pode investir R$ 500, por exemplo, veria o tempo diminuir colocando R$ 200 a mais, em um total de R$ 700, e assim sucessivamente.

A simulação traz dois produtos de renda fixa: o CDB com rendimento a 100% do CDI, e o Tesouro Prefixado 2027, que está com rendimento de 14,76% ao ano.

Além disso, Patzlaff também estimou quanto tempo levaria para acumular R$ 1 milhão se o investidor optar pelo risco da Bolsa americana. Neste caso, ele considerou o rendimento de 35,11% ao ano, média das empresas listadas no índice S&P500.

Quanto tempo leva para acumular R$ 1 milhão
Aporte mensal CDB* Tesouro Pré-Fixado 2027** S&P 500***
R$ 500 25 anos e 5 meses 22 anos e 6 meses 13 anos e 2 meses
R$ 700 22 anos e 10 meses 20 anos e 3 meses 12 anos e 1 mês
R$ 900 20 anos e 11 meses 18 anos e 8 meses 11 anos e 4 meses
R$ 1.100 19 anos e 5 meses 17 anos e 4 meses 10 anos e 7 meses
R$ 1.300 18 anos e 2 meses 16 anos e 3 meses 10 anos e 1 mês
R$ 1.500 17 anos e 10 meses 15 anos e 5 meses 9 anos e 8 meses
*Rendimento do CDB a 100% do CDI, estimado em 1% ao mês
**Produto com rendimento de 14,76% ao ano, dando 1,2% ao mês
***Investimento em ações na Bolsa americana, com média de 35,11% ao ano, ou 2,54% ao mês
Fonte: Jeff Patzlaff, Planejador Financeiro CFP® e Especialista em Finanças Comportamentais

Segundo o planejador financeiro, os cálculos foram feitos estimando que a próxima taxa Selic deverá ser equivalente a 1% ao mês, e os CDBs dos grandes bancos, rendendo 100% do CDI, deverão trazer uma rentabilidade muito próxima disso.

A primeira simulação apresenta este tipo de CDB. Com R$ 500 mensais, levaria 306 meses (cerca de 25 anos e 5 meses) para atingir R$ 1 milhão. Se o valor for de R$ 700, levaria 274 meses (22 anos e 10 meses). Com R$ 1.500, o tempo reduziria para 17 anos e 10 meses.

Se melhorarmos o rendimento e optarmos pelo Tesouro Prefixado 2027, por exemplo – que está pagando 14,76% ao ano – este prazo já diminuiria.

Considerando os mesmos R$ 500 investidos todos os meses, seriam necessários 270 meses (22 anos e meio) para chegar a R$ 1 milhão. Com R$ 1.500 ao mês, demoraria 185 meses (15 anos e 5 meses) para atingir o mesmo objetivo. Este valor, explica Jeff Patzlaff, é uma simulação feita com base na projeção da taxa atual levada até o vencimento, reinvestindo na mesma taxa, até chegar a R$ 1 milhão.

Na Bolsa americana, o tempo de acúmulo cai para 158 meses (pouco mais de 13 anos), se a opção for investir R$ 500 ao mês. Uma dica para quem se assustar com o prazo é dividir a jornada em metas menores para manter a motivação. “Investir é persistência e consistência para ter a liberdade de não depender de ninguém, nem do dinheiro dos filhos”, diz.

Renda fixa ou varíavel? Depende do investidor

Jeff Patzlaff ressalta que é importante entender o perfil de investidor para fazer escolhas adequadas aos riscos que ele está disposto a correr. Afinal, o dinheiro pode render tudo isso, como pode também não render caso o cenário econômico mude.

Os produtos de renda fixa trazem maior segurança, apesar da rentabilidade ser menor. Entre as opções disponíveis, estão o Tesouro Direto, CDBs, LCI/LCA, debêntures incentivadas e fundos de renda fixa que fazem um mix dos produtos anteriores com uma gestão especializada, o que ajuda a pulverizar riscos de um emissor quebrar.

Para quem aceita maior risco e busca maior rentabilidade, ou até mesmo para compor uma carteira mais completa de investimentos em busca de diversificação, é possível optar por debêntures, CRI, CRA, aquém de ações, ETFs, Fundos Multimercados (que mesclam renda fixa, variável, dólar e estratégias diversificadas), Fundos Imobiliários (FIIs); Venture Capital ou Private Equity para investidores qualificados, e um percentual em criptomoedas, pensando na diversificação.

“São opções que podem apresentar maior volatilidade, mas têm o potencial de ganhos superiores no longo prazo. Equilíbrio na diversificação e um olho no seu perfil de risco garantem bons resultados”, aconselha o planejador financeiro.

Como é viver de renda com R$ 1 milhão

Depois de tanto tempo acumulando renda, é possível chegar a R$ 1 milhão e ainda viver sem trabalhar, afirma Jeff Patzlaff. Mas não se prenda a estereótipos: pode não ser possível bancar mansões e iates, ou viver viajando para outros países. O que dá para ter é uma vida de classe média e, se optar por cidades com custo de vida menor, o dinheiro pode ter maior poder de compra.

Pelos cálculos de Patzlaff, se o R$ 1 milhão fosse reinvestido em um CDB com taxa de rendimentos de 1% ao mês, seria possível viver com R$7.750,00 líquidos. Ao optar pelo Tesouro Prefixado 2027, isso daria R$9.300 líquidos mensais, caso fosse possível manter essa taxa para sempre, explica o especialista.

“Investir é um processo de construção de liberdade, que demanda muita disciplina e tempo. E esse tempo é um aliado poderoso devido aos juros compostos, que se mostram mais expressivos com prazos maiores”, afirma Patzlaff.

Para quem tem este objetivo, o mais recomendado é começar a aplicar e manter a disciplina, para ver o dinheiro acumular e render em cima de juros sobre juros. Dessa forma, o valor acumulado poderá ajudar a garantir uma aposentadoria mais tranquila ou a realizar sonhos futuros.

Leia a reportagem completa em B3 Bora Investir, parceiro do site IstoÉ Dinheiro.

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