Comissão do comércio vai investigar a Microsoft nos EUA

A Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos (FTC) está se preparando para investigar a Microsoft por suspeitas de práticas anticoncorrenciais em seus serviços de computação em nuvem. A empresa, que opera a plataforma Azure, é acusada de impor cláusulas contratuais que desestimulam a migração de clientes para plataformas concorrentes. As suspeitas foram levantadas por meio de denúncias, conforme relatado pelo Financial Times.

Entre as práticas investigadas estão o aumento de preços para clientes que manifestam intenção de deixar os serviços da Microsoft, taxas elevadas para migração de dados e a suposta incompatibilidade de produtos como o Office 365 com serviços concorrentes.

No ano passado, a FTC já havia realizado uma consulta pública sobre práticas comerciais de grandes provedores de serviços na nuvem. Os resultados indicaram problemas como termos de licenciamento restritivos, altas taxas de transferência de dados e exigências de gastos mínimos.

Microsoft

A Microsoft também enfrenta escrutínio fora dos Estados Unidos. No Reino Unido, tanto a empresa quanto a Amazon estão sendo investigadas por acusações de oferecer grandes descontos para impedir clientes de usarem fornecedores concorrentes.

A atual presidente da FTC, Lina Khan, conhecida por suas medidas rígidas contra gigantes da tecnologia, deve ser substituída com a posse do próximo presidente dos EUA, Donald Trump. Embora Trump tenha se manifestado contra regulações excessivas, o consenso bipartidário sobre a necessidade de conter o poder das big techs pode influenciar a continuidade de investigações como essa.

Sob a liderança de Khan, a FTC já criou obstáculos significativos para a Microsoft em casos como a aquisição da Activision Blizzard, enfrentando oposição em diversos mercados, incluindo o americano.

Reincidência em práticas contestadas

Essa não é a primeira vez que a Microsoft enfrenta acusações de condutas anticoncorrenciais. Nos anos 1990 e 2000, a empresa foi alvo de processos por integrar produtos como o navegador Internet Explorer e ferramentas do Office ao sistema operacional Windows, práticas que eram vistas como estratégias para sufocar a concorrência.

A FTC ainda não revelou detalhes sobre o cronograma da investigação, mas o caso reflete o aumento da pressão regulatória sobre empresas de tecnologia com domínio de mercado.

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