Varejo cresce 0,5%, número abaixo das expectativas

Vendas do varejo
Vendas do varejo / Agência Brasil

As vendas do varejo cresceram 0,5% em setembro em relação a agosto, apontaram dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (12). O percentual está 0,6% abaixo do esperado, de 1,1%. O aumento na média móvel trimestral foi de 0,3%, uma vez que houve queda de 0,2% em agosto.

Na comparação anual, em relação a setembro de 2023, houve um crescimento de 2,1% nas vendas, o que representa a 16ª alta seguida. O aumento acumulado das vendas em 2024 é de 4,8% e de 3,9% nos últimos 12 meses.

Já no varejo ampliado – que inclui partes e peças, veículos, motos, bebidas, fumo, material de construção e atacado de produtos alimentícios – o aumento mensal foi de 1,8% e o anual de 3,9%. Em 2024, as vendas do varejo ampliado cresceram 4,5% e, nos últimos 12 meses, 3,8%.

Dificuldades no setor do varejo

O setor do varejo vive um momento de dualidade, diz o assessor de investimentos Idean Alves. Por um lado, há expectativas de crescimento de mais de 3% no PIB em 2024 e inflação não tão distante da meta. Por outro, o dólar está caminhando para os R$ 6,00 e a Selic está voltando ao subir.

“Então você consegue vender mais, só que com uma margem menor e um custo de capital maior, o que pressiona as empresas em uma ambiente de competição cada vez mais acirrado”, afirmou o assessor.

O crédito tem sido mais caro e menos acessível para os brasileiros, o que reduz o consumo no geral, aponta André Vasconcellos, vice-presidente do Conselho de Administração do IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores). Esses fatores estão levando os consumidores a priorizarem itens essenciais, como alimentos, em detrimento de produtos de maior valor agregado, como eletrônicos, móveis e eletrodomésticos.

O setor do varejo sente os impactos desse movimento, além de ter que se adaptar à crescente concorrência com as vendas online. Algumas grandes redes estão tentando otimizar custos e melhorar a eficiência operacional para se manterem competitivas.

Outras estão investindo em tecnologias de omnichannel, que integram as operações online e offline, visando atrair e fidelizar clientes, destaca Vasconcellos.

“Ao mesmo tempo, o varejo de produtos de alto valor agregado tem sido prejudicado pela valorização do dólar, que aumenta os custos de importação e pressiona os preços. Em contrapartida, setores de consumo essencial, como supermercados, mantêm alguma resiliência, mesmo com margens pressionadas”, pondera o vice-presidente do IBRI.

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