Em uma sessão marcada pela volatilidade, o dólar à vista fechou a quarta-feira, 11, perto da estabilidade ante o real, com as cotações reagindo por um lado aos dados de inflação dos EUA e por outro ao avanço das commodities no mercado internacional.
O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,10%, cotado a R$ 5,6498. Em setembro, a divisa acumula alta de 0,24%.
Às 17h05, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,24%, a 5,6625 reais na venda. Veja cotações.
O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, com as ações da Vale avançando cerca de 3% após a mineradora aumentar sua estimativa de produção de minério de ferro, enquanto IBR (RE) caiu mais de 5% após “downgrade” de analistas do JPMorgan.
Investidores também repercutiram dados de inflação dos Estados Unidos, que corroboraram apostas de que Federal Reserve cortará em 0,25 ponto percentual a taxa de juros da maior economia do mundo na próxima semana.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,27%, a 134.683,35 pontos, de acordo com dados preliminares, tendo marcado 135.087,32 pontos na máxima e 133.756,97 pontos na mínima do dia.
O volume financeiro do pregão somava 16,6 bilhões de reais antes dos ajustes finais.
O principal evento do dia foi a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, que subiu 0,2% em agosto, depois de ter avançado 0,2% em julho, conforme o Departamento do Trabalho. Nos 12 meses até agosto, o índice avançou 2,5%.
Economistas consultados pela Reuters previram avanço de 0,2% no mês e de 2,6% na base anual.
Na esteira dos números o dólar ganhou força ante outras divisas no exterior, em meio à leitura de que aumentaram as chances de corte de apenas 25 pontos-base dos juros pelo Federal Reserve na próxima semana, e não de 50 pontos-base.
No Brasil, a moeda norte-americana chegou a atingir a cotação mínima do dia já após os dados do CPI, em movimento amparado pelo avanço firme de commodities como minério de ferro e petróleo — dois produtos importantes da pauta exportadora brasileira. Além disso, o forte avanço do dólar ante o real na véspera, de mais de 1%, deixava margem para algum ajuste técnico.
No entanto, com o dólar ganhando fôlego no exterior, as cotações no Brasil também saltaram para o território positivo no fim da manhã.
Após marcar a mínima de 5,6068 reais (-0,86%) às 10h11, o dólar à vista atingiu a máxima de 5,6750 reais (+0,35%) às 11h54.
Ao longo da tarde, a moeda dos EUA voltou a se acomodar no Brasil, oscilando entre estabilidade e leves baixas ante o real.
“O CPI ratificou que o Fed vai cortar os juros em 25 pontos-base na reunião da próxima semana, o que valorizou um pouco o dólar. Mas isso já estava de certo modo no preço”, comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. “Com as commodities em alta, o dólar voltou a cair ante o real”, acrescentou.
Apesar de as commodities garantirem certa sustentação ao real, a moeda brasileira tinha um dos piores desempenhos entre seus pares nesta quarta-feira. O peso mexicano e o peso chileno, por exemplo, lideravam os ganhos ante o dólar entre as principais divisas globais no fim da tarde.
Por outro lado, às 17h14 o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes — subia 0,07%, a 101,710.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 1º de novembro de 2024.
À tarde, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de 1,010 bilhão de dólares em setembro até o dia 6, com saídas líquidas de 559 milhões de dólares pelo canal financeiro e saídas de 451 milhões de dólares pela via comercial.
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