Global Eggs, do ‘Rei do ovo’, compra granja Legaria na Espanha e mira mais aquisições

O brasileiro Ricardo Faria, CEO da Global Eggs, anunciou nesta terça-feira, 13, que fechou a compra da granja espanhola Legaria. Na segunda-feira, 12, Faria também concluiu a compra da produtora de ovos norte-americana Hillandale Farms, anunciada em março, por US$ 1,1 bilhão.

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Segundo o empresário, a gigante fazenda americana possui hoje 20 milhões de aves que produzem em torno de 38 milhões de dúzias de ovos por mês. A granja Legaria, por sua vez, conta com 350 mil aves. Faria promete aumentar o plantel de ambas.

“Assumimos um compromisso com os americanos de aumentar a produção, vamos agir de forma rápida e eficiente para aumentar a oferta”, disse Faria.

Além das duas aquisições internacionais, Ricardo Faria anunciou em entrevista coletiva a imprensa que adquiriu a granja Tamago, em Pernambuco.

Ricardo Faria com Pitt Bettel antigo dono da Hillandale (Divulgação)

Faria ganhou o apelido de rei do ovo no ano passado após a aquisição do controle acionário do grupo espanhol Hevo, que conta com 15 granjas no país, por 120 milhões de euros, dentre elas, agora a Legaria.

“Como uma empresa, eu acho, a primeira empresa global de ovos, a gente falava lá atrás do nosso sonho, que podia chegar a R$ 3 bilhões de faturamento, o pessoal riu. O pessoal riu. Como é que uma empresa de ovo vai chegar a R$ 3 bilhões de faturamento? Agora eu vou falar que pode ser que um dia a gente chegue a US$ 3 bilhões de faturamento. Este ano, [com] essa estratégia da Global Eggs, vai chegar tranquilamente a US$ 2,5 bilhões de faturamento”, afirmou Faria.

O empresário não revelou os custos das novas operações, mas segundo ele as aquisições no Brasil e na Espanha divulgadas nesta terça-feira são mais modestas que a norte-americana apesar de significativas. “A operação nos Estados Unidos é maior que no Brasil e na Europa juntos. A logística e a cadeia de distribuição é muito maior e mais complexa.”

“Hoje somos uma empresa global com 3 ativos fundamentais, não acho que para por aí, continuamos com fôlego pra olhar pro lado, principalmente para a Europa”, diz o CEO da Global Eggs. .

Faria também explicou que a Global Eggs não tem mais planos de realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês). Ele aponta que planeja crescer nos Estados Unidos de forma “orgânica”.

Gripe aviaria nos EUA não desaminou

A compra da norte-americana, Hillandale, por Ricardo Faria foi concluída em um momento de crise e preços recordes de ovos nos EUA devido ao grande surto de gripe aviária no pais que dizimou milhares de aves, e levou o preço dos ovos a níveis recordes.

A crise fez com que as exportações de ovos do Brasil para os Estados Unidos saltassem de 608 toneladas de janeiro e abril de 2024, para 5,5 mil toneladas a igual período deste ano,  816% maior, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgados nesta segunda-feira, 12.

Segundo o CEO da Global Eggs, sua recém adquirida Hillandale, não foi fortemente afetada pela gripe e vem ganhando participação de mercado por conta disso.

“O mercado é ágil em se recuperar, os Estados Unidos tinham um plantel em torno de 330 milhões de galinhas e caiu pra 296 milhões, mas o mercado vem se recuperando”, explica.

Mudanças nos executivos do grupo

Ricardo Faria ainda anunciou também que foram realizadas mudanças na configuração de cargos executivos dentro do grupo.

Denilson Dorigoni, CEO da Granja Faria, se torna CEO global, e irá atuar diretamente dos EUA. Paulo Andrade assume sua posição no Brasil.

Já o CFO da Granja assumiu cargo de CFO da Global Eggs, diretamente de Luxemburgo, sede do grupo. Marcelo Desterro ocupa a posição no Brasil.

*Estagiário sob supervisão

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