Procura-se ‘namorado’: Instituto Butantan quer garantir reprodução de Surucucu

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Sururucu é bem cuidada e solteira; pesquisadores procuram parceiro, como da espécie na foto, para continuar estudos (Foto: Diogo Santana)

Uma Surucucu do Instituto Butantan chegou ao local depois de ser resgatada de uma inundação no reservatório da Usina Hidrelétrica de Jirau, no distrito de Nova Mutum Paraná. Desde 2014 sendo tratada pelos especialistas, essa serpente praticamente dobrou de tamanho: foi de 1,21m para 2,15m e passou de 400 gramas para 5,5 quilos. Para garantir a conservação da espécie e que o uso do veneno do animal possa continuar sendo utilizado, no entanto, ela precisa também encontrar um parceiro. Por isso, o instituto está procurando um “namorado” que possa ser enviado por algum criadouro até o Butantan.

A reportagem do ((o))eco apurou que, desde que a serpente chegou ao local, passou por uma avaliação completa para que ficasse saudável, depois de ter sido resgatada em circunstâncias difíceis. Sendo assim, foi feita a hidratação da Surucucu, coletaram material biológico para exames bioquímicos e inseriram um microchip embaixo de sua pele, para identificação individual. Também foi identificado que ela tinha vermes parasitas em suas fezes e, em seguida, foi feito um tratamento antiparasitário. Com o passar do tempo, foi sendo introduzida gradualmente e passando pelo monitoramento do Museu Biológico. 

Serpentes como essa chegam até o Butantan com frequência apresentando sinais de desidratação e lesão, que podem acontecer até mesmo durante a captura. Em muitos casos, isso pode ser fatal: mas essa Surucucu conseguiu superar as dificuldades com ajuda dos especialistas. Atualmente, ela vive em um ambiente com 12 m3 projetado para abrigar a sua espécie e elaborado com paisagismo que simula seu hábitat natural.

A fêmea tem um comportamento típico da espécie, que é caracterizado por ter baixa atividade locomotora e gostar de se abrigar em tocas/plantas. Para que consiga um companheiro, os responsáveis do  Museu Biológico estão em busca de um macho que possa ser enviado por algum criadouro ou instituição. No entanto, como foi informado pela reportagem,  esse é um processo que depende mais da boa vontade de pessoas do que de normas institucionais. 

Surucucu bem cuidada e disponível

A Surucucu recebe uma dieta controlada para ter saúde e, ao mesmo tempo, evitar a obesidade. O acompanhamento de seu regime é feito por veterinários especializados, que a nutrem de roedores criados especialmente para as serpentes do Butantan. Atualmente, ela faz uma refeição mensal que corresponde a 7% do seu peso corporal. 

Para tanto, ela passa por monitoramento através de duas câmeras, que estão instaladas em seu recinto e fornecem informações para estudos de comportamento e atividade diária da serpente.

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Importância da reprodução

Garantir a reprodução dessa Surucucu é importante para a conservação da espécie, inclusive porque comportamento reprodutivo da serpente na natureza é extremamente raro, e tem maior sucesso quando esse processo ocorre em cativeiro. Dessa forma, também são obtidas informações sobre o comportamento do animal e é feita uma “reserva genética” através da manutenção das espécies em cativeiro.

Além disso, o veneno da Surucucu é utilizado na produção do soro antilaquético, usado em pessoas picadas, tendo grande importância para todos. A reprodução em cativeiro diminui  a dependência de retirar elementos da natureza para a obtenção de seu veneno. 

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