Em resposta ao protecionismo global, portos brasileiros enfrentam excesso de veículos chineses.

Reprodução/ Freepik

 Ancoradouros brasileiros se acumulam com mais de 70.000 veículos elétricos chineses em estoque, de acordo com o portal Blomberg Línea, expondo desafios do crescimento do mercado externo chines de venda de automóveis elétricos.

Ainda vigora uma isenção de imposto de importação de 35% para veículos elétricos e híbridos em relação a veículos movidos a combustíveis fósseis. Somado a um fechamento de outros mercados consumidores como os EUA e Europa, o Brasil se tornou o principal pólo consumidor de empresas como BYD e Great Wall Motors.

As empresas chinesas lançaram seus primeiros carros em território nacional em 2021, e aumentaram suas exportações em 2023. Seus modelos de menor custo garantiram uma ascensão meteórica frente a hegemonia de empresas  focadas em veículos a combustão, que tentaram reverter com diminuição de preço de alguns carros em até 30%.

Fim da lua de mel

 De acordo com a associação de montadoras Anfavea, a venda de carros elétricos subiu para 7% em janeiro em relação ao ano anterior, porém manteve-se nesse nível.

Há também um lobby da indústria automobilística nacional para acabar com a isenção de importadoras chinesas. As solicitações foram ouvidas pelo presidente Lula quando este assumiu o mandato e já determinou o retorno de taxação de forma gradual com a meta de 35% até 2026.  

Nas palavras do vice- presidente sênior da BYD Brasil, essa exportação expressiva já fazia parte de um planejamento de antecedência das tarifas e reagiu à decisão do governo caracterizando a indústria doméstica como ultrapassada.

“Abalamos o mercado automotivo brasileiro a ponto de causar muito medo em nossos concorrentes”,destaca, “É o desespero total da concorrência”.

O mercado interno está em processo de reconfiguração após o primeiro impacto, com investimentos em opções de veículos elétricos e híbridos. Volkswagen, Toyota e Renault anunciaram uma injeção de R$100 bilhões até o fim da década.

A onda dos elétricos também tende a esfriar devido a problemas estruturais do Brasil. Não há muitas estações de recargas elétricas como postos de combustíveis, o país também possui dimensões continentais, logo, há dúvidas na autonomia desse segmento nas condições nacionais.

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