Galípolo: pacote fiscal não é ‘o ponto final’ e está na direção certa

Foto: Agência Brasil

Para o diretor de política monetária e futuro presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, as manifestações do ministro Fernando Haddad e dos presidentes da Câmara e Senado – Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, respectivamente – estão sendo vistas como uma “disposição para aprovar rapidamente o pacote e que isso deve ser feito com a devida urgência”.

“Mas, como disse o ministro, não é o ponto final, mas mais um passo na direção correta”, acrescentou Galípolo, novamente se referindo à fala de Haddad e a “digestão” que o mercado começou a fazer do pacote de corte de gastos.

“A fala do Haddad esclarece bastante qual é a visão dele sobre o rumo da economia”, disse o diretor do BC em almoço de fim de ano da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Haddad também esteve no evento e discursou antes do ministro. “O ministro disse aqui que ele está dando passos na direção correta, que não é bala de prata”, disse Galípolo, segundo o “Valor”.

Após discurso de Lira e Pacheco, reforçando o compromisso do Congresso Nacional com as medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo, deixando a discussão sobre a ampliação da isenção do Imposto de Renda a ganhos de até R$ 5 mil mensais pode ser jogada para frente, os juros futuros e o dólar comercial perderam ímpeto.

Os esclarecimentos parecem ter sido bem-recebidos pelo mercado, na visão de Galípolo.

“Pelo que eu entendi, hoje ou amanhã esse programa de contenção de gastos deve ser enviado e a partir daí os agentes de mercado vão poder se debruçar para entender o impacto efetivo”, destacou.

Galípolo acrescentou que a discussão sobre a reforma da renda parece “envolver uma discussão mais ampla”. “Existe debate sobre a renda que demanda debate mais amplo, provavelmente vai ser feito ao longo do ano que vem”, disse.

Galípolo: eleição dos EUA gerou muita volatilidade aos mercados

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), ressaltou novamente que a eleição norte-americana agregou muita volatilidade aos mercados.

O ano de 2024 começou com expectativas de que o Fed (Federal Reserve) iniciaria o ciclo de corte de juros nos EUA, com o mercado chegando a precificar 6 reduções ao longo do ano, lembrou Galípolo.

“Mas aí, logo no primeiro trimestre, os dados econômicos saem e demonstram uma maior resiliência e maior dinamismo por parte da economia norte-americana – e a gente assiste uma postergação desse início de cortes”, rememorou, salientando que o Fed passa a ficar mais dependente de dados. 

O futuro presidente da autarquia participou do evento “O futuro é hoje: insights e tendências para transformar seus negócios”, realizado na quarta-feira (13) na capital paulista pela Bradesco Asset e o Bradesco Global Private.

Galípolo seguiu comentando que no segundo semestre pareceu que, de novo, iriam se reunindo as condições para o início do ciclo de corte.

“Começa a existir certa sobreposição de uma expectativa do que seria esse início de corte, como é que isso poderia se comportar, o que seria uma taxa de juros terminal, qual seria o ritmo de corte, em que reunião se iniciaria, quais os possíveis desdobramentos por resultado da eleição”, disse o diretor, segundo a “CNN Brasil”.

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