
O Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores brasileira, a B3 (B3SA3), iniciou o pregão desta sexta-feira (13) em queda, com o sentimento de aversão ao risco dominando os mercados após os conflitos no Oriente Médio. Além disso, o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) segue no radar dos investidores.
Na véspera, Israel realizou um ataque ao Irã que deixou um “buraco” no espaço aéreo. Por meio de imagens captadas pelo site Flightradar24 — serviço on-line que monitora voos em tempo real ao redor do mundo — foi possível ver aeronaves contornando o país para evitar a entrada em seu espaço aéreo. Após os ataques contra instalações nucleares iranianas, Israel decretou estado de emergência.
No cenário doméstico, a MP alternativa ao IOF segue no foco dos investidores. Como um dos primeiros grandes impactos, representantes do agronegócio mencionam o risco de aumento nos preços de itens da cesta básica. Dos R$ 158 bilhões classificados como “renúncia fiscal” pelo Ministério da Fazenda, mais de R$ 88 bilhões dizem respeito à desoneração de produtos como arroz, feijão, carne, leite e ovos, segundo avaliação da XP.
Por volta das 10h12 (horário de Brasília), o Ibovespa recuava 0,35%, aos 137.313,90 pontos.
No mesmo horário, o dólar comercial acompanhava o movimento e, no mesmo horário, subia 0,56%, cotado a R$ 5,57.
Ibovespa recua com foco nas reações à MP do IOF
O anúncio do governo de recalibrar o aumento do IOF, compensando-o por outras formas de tributação sobre investimentos, provocou reações adversas entre os investidores. O receio é que as medidas impactem o apetite ao risco no mercado local e reduzam a atratividade dos fundos.
A crise entre governo e Congresso também ocupa espaço no noticiário econômico. O deputado Hugo Motta anunciou, após reunião com líderes, que pretende pautar na segunda-feira (16) a urgência de um PDL (Projeto de Decreto Legislativo) para derrubar o novo pacote do IOF apresentado pela Fazenda.
A movimentação eleva a tensão, já que, caso o Congresso derrube o novo decreto publicado na noite de quarta-feira (11), volta a valer o primeiro decreto, que deu início ao impasse. No momento, parlamentares estudam uma forma de derrubar ambos os decretos simultaneamente.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, está à frente das articulações envolvendo a logística da proposta. “Pagadores de impostos não podem continuar sendo surrupiados por esse governo irresponsável que não quer conter gastos”, declarou, na véspera.
Horas antes da fala de Cavalcante, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reforçou a jornalistas que está aberto ao diálogo com o Congresso sobre alternativas à MP do IOF. “Estou 100% disponível para visitar os presidentes [das Casas], os líderes, as bancadas. Quantas horas for necessário”, disse.
Para o ministro, a reação inicial é natural. Ele afirmou que “os lobbies são mais rápidos e atuam com muita força”, mas acredita que, com diálogo, será possível construir apoio às medidas.
Agenda do dia
Indicadores
▪️ 06h00 – Zona do euro/Eurostat: Balança comercial e Produção industrial de abril
▪️ 09h00 – IBGE: Pesquisa Mensal de Serviços de abril
▪️ 09h00 – Fazenda: Secretaria de Política Econômica divulga estudo sobre impactos da reforma do Imposto de Renda da Pessoa Física
▪️ 11h00 – EUA/Univ. Michigan: Índice de Sentimento do Consumidor preliminar de junho e Expectativas de inflação em 1 ano e 5 anos
▪️ 14h00 – EUA/Baker Hughes: poços e plataformas de petróleo em operação
Eventos
▪️ 19h30 – Haddad participa de roda de conversa promovida pelo grupo jurídico Prerrogativas, em São Paulo
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