O Amazon Prime Video passou a exibir quase o dobro de anúncios por hora do que mostrava no início do ano. Sem aviso prévio aos usuários, a plataforma tem incluído entre 4 e 6 minutos de publicidade por hora de conteúdo, afetando diretamente a experiência de quem assina o plano com anúncios.
Segundo seis compradores de mídia consultados pela Adweek, o tempo de anúncios no Prime Video passou de cerca de 2 a 3,5 minutos por hora, no início de 2024, para até 6 minutos atualmente. A informação também foi confirmada por documentos internos analisados pelo veículo.

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A promessa era menos anúncios que concorrentes
Quando a Amazon anunciou a criação de um plano com anúncios em 2023, a vice-presidente de Prime Video, Kelly Day, declarou que o objetivo era “exibir menos anúncios do que os concorrentes”. No entanto, a nova média já se aproxima de plataformas como Hulu e Paramount+, que tradicionalmente mostram entre 4 e 7 minutos por hora.
Documentos da Amazon apontam que a meta inicial era manter os anúncios em cerca de 2 a 3 minutos por hora — volume considerado “baixo” comparado à TV tradicional, que chega a 13 ou 16 minutos por hora. Ainda assim, agências relataram que, entre março e junho de 2025, esse número aumentou para entre 4 e 6 minutos.
Experiência afetada sem aviso prévio
A mudança teria acontecido de forma gradual e sem aviso direto aos usuários. Em fóruns como Reddit, muitos assinantes reclamaram do aumento, citando inclusive o volume elevado de alguns anúncios. Um dos comentários mais curtidos diz: “Minha assinatura acaba em agosto. Vou cancelar. Os anúncios são longos e muito mais altos que o normal.”

Além da frequência, outro incômodo relatado é o posicionamento das inserções. Usuários mencionam que os anúncios têm interrompido cenas importantes de filmes e séries, o que prejudica a imersão no conteúdo.
Em alguns casos, consumidores brasileiros chegaram a recorrer à Justiça. Em uma decisão recente, a Amazon foi obrigada a retirar os anúncios do Prime Video de contas antigas, após queixas de propaganda imposta sem consentimento prévio.
Estratégia global?
Ainda não está claro se a nova média de anúncios por hora está sendo aplicada de forma uniforme em todos os países. A Adweek apurou que o modelo publicitário mais agressivo começou a ser implementado em países como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Canadá. No Brasil, onde o plano com anúncios chegou em fevereiro de 2024, usuários já relatam experiências semelhantes.
Além disso, cresce o debate no país sobre a regulamentação do setor. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, defendeu recentemente a taxação de serviços de streaming no Brasil, o que pode impactar diretamente no modelo de negócios da Amazon e suas concorrentes.
Em meio ao aumento de comerciais, também surgem preocupações com a privacidade dos usuários. De acordo com investigação recente, dados de quem usa Netflix ou Prime podem estar vazando para redes de anunciantes e empresas de rastreamento.

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Comparação com o mercado
Apesar do aumento, o Prime Video ainda não atingiu o volume de anúncios visto na TV tradicional. No entanto, especialistas alertam que a estratégia da Amazon pode acabar afastando usuários que buscam alternativas menos invasivas. A empresa, por outro lado, parece seguir a tendência de plataformas como Netflix e Disney+, que também lançaram planos com comerciais nos últimos anos.
A percepção do público será determinante para os próximos passos. Caso o nível de insatisfação aumente, a Amazon poderá ser forçada a rever a estratégia ou oferecer mais diferenciais aos usuários do plano pago sem anúncios.
Caminho sem volta?
O crescimento do volume de anúncios sugere que o modelo híbrido — assinatura + publicidade — veio para ficar no mercado de streaming. Com custos crescentes e competição acirrada, empresas como a Amazon veem no formato uma forma de manter receita e competitividade. A dúvida é: o consumidor aceitará esse novo padrão ou buscará outras plataformas?

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Fonte: adweek