
Embora as pesquisas eleitorais apontem rejeição às candidaturas do presidente Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro na disputa presidencial do ano que vem, o cientista político Raul Magalhães destaca que tal postura não dará fim à polarização. Na sua avaliação, ainda há demandas que levam ao conflito de interesse das elites políticas, uma vez que elas mantêm o controle do Estado e do processo eleitoral, o que faz com que permaneçam como protagonistas.
Lula e Bolsonaro continuam capitalizando a atenção dos eleitores
O professor Raul Magalhães considera que, a despeito de a pesquisa indicar o desgaste das duas principais lideranças, os demais pré-candidatos ainda terão que esperar outros desdobramentos. “No campo da esquerda ninguém tem a visibilidade do cargo. Na direita, apesar de muitos nomes, é fato que ninguém ainda desafia a posição do ex-presidente. Sabem que ele está inelegível, mas sabem também que ele tem uma estratégia de se manter candidato até o último momento. Somente quando ele não puder concorrer será possível um movimento mais claro fragmentando esses votos.
Polarização vai continuar, destaca cientista político
Lula e Bolsonaro, na avaliação de Raul Magalhães, continuam como protagonistas do jogo político. “Mesmo não estando na meta da maioria, eles controlam parcela significativa das intenções votos. 20% são suficientes para estar perto do segundo turno. Isso deve ser levado em consideração, mesmo que a maioria não queira nenhum deles. Mas o eleitorado cativo e mobilizável por estes candidatos pode fazer uma diferença. Para a extrema direita faz sentido o apoio de Bolsonaro, ou que ele sinalize ter simpatia por esta candidatura. Vale o mesmo para a esquerda. Se Lula fizer o cálculo, vai tentar transferir os votos para quem apoiar, mas é improvável que não vá disputar. Creio que a polarização vai continuar.”
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