O mercado global de smartphones vive um ano de altos e baixos em 2025. De acordo com a Counterpoint Research, a expectativa de crescimento anual foi drasticamente revista para baixo, com projeção de apenas 1,9% de aumento nas vendas globais, frente aos 4,2% inicialmente estimados — um corte de 55%.
O motivo? Novas incertezas sobre tarifas aplicadas pelos Estados Unidos, que têm impactado diretamente o ritmo de vendas em mercados estratégicos.
Ainda assim, algumas marcas conseguiram se destacar no cenário atual. E quem mais surpreendeu foi a Huawei, que deve registrar o maior crescimento global em vendas este ano, com um impressionante avanço de 11% em relação a 2024.
Huawei surpreende e lidera crescimento global em um cenário de incertezas
Tarifas e preços pressionam mercados chave
Dois dos principais mercados globais, América do Norte e China, foram os mais afetados pela política tarifária do governo norte-americano.
Nos EUA, a expectativa é de um declínio de 3% nas vendas de smartphones em 2025, resultado direto dos aumentos de preços que fabricantes como Apple e Samsung estão repassando aos consumidores para compensar os custos adicionais de importação.

As tarifas, aplicadas a uma série de produtos chineses e de outros países, representam na prática um imposto extra que as empresas precisam pagar ao importar seus produtos para os Estados Unidos.
“Com a expectativa de que Apple e Samsung aumentem os preços de seus novos aparelhos para reduzir sua exposição ao impacto tarifário, os consumidores americanos terão que desembolsar mais caso optem por um novo smartphone este ano”, explica a análise da Counterpoint.
Enquanto isso, na China, as vendas devem se manter estáveis, mesmo com programas de subsídio promovidos pelo governo local. O mercado chinês, o maior do mundo, não deve apresentar crescimento em 2025, um dado que reforça o impacto prolongado das tensões comerciais no setor.
Huawei avança com chips nacionais
Apesar de todos os desafios, a Huawei conseguiu capitalizar sobre o cenário atual.
A Huawei apresenta a maior taxa de crescimento em vendas globais de smartphones em 2025, com 11% de avanço em relação ao ano anterior
A empresa chinesa, que vem acelerando o desenvolvimento de tecnologias próprias, tem se beneficiado da capacidade de produzir chips avançados de 5 nm com a foundry local SMIC, mesmo utilizando equipamentos de litografia mais antigos.
A estratégia permitiu à Huawei contornar em parte as restrições de fornecimento e manter um pipeline competitivo de produtos, o que explica sua performance positiva em 2025.
Marcas que mais crescem em 2025
Além da Huawei, outras marcas também devem registrar crescimento expressivo neste ano, ainda que em patamares bem menores:
- Motorola: 4%
- Xiaomi: 4%
- realme: 3%
- Apple: 3%

Motorola e Xiaomi aparecem empatadas na segunda posição, com 4% de crescimento anual, apoiadas em mercados emergentes e em linhas de aparelhos de bom custo-benefício. Já a realme e a Apple dividem o terceiro lugar, com crescimento estimado de 3% cada.
Regiões com melhor desempenho
Embora o mercado norte-americano e o chinês devam enfrentar um ano de estagnação ou retração, outras regiões puxam a expansão global:
- Oriente Médio e África (MEA): crescimento de 6%
- América Latina (CALA): 3%
- Índia: 2%
- Europa: 1%
Esse movimento mostra uma redistribuição do crescimento global, com destaque para regiões emergentes que seguem apresentando demanda sólida por smartphones.
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Cenário de 2025 aponta para uma competição acirrada
O relatório da Counterpoint deixa claro: o mercado de smartphones em 2025 é marcado por incertezas econômicas e desafios geopolíticos, mas também por oportunidades regionais e avanços tecnológicos.
A Huawei se firma como o grande destaque do ano, impulsionada por sua estratégia de verticalização tecnológica e pela forte demanda interna. Já marcas como Motorola, Xiaomi e realme aproveitam o dinamismo de mercados como Índia, América Latina e África para expandir sua base de usuários.
Enquanto isso, os consumidores norte-americanos devem enfrentar um cenário menos favorável, com preços mais altos e retração nas vendas. Um lembrete de que, no setor de tecnologia, as tendências globais nem sempre se refletem de forma uniforme em todos os mercados.
Fonte: Counterpoint Research

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