Marcas apostam em motos elétricas para ganhar espaço no mercado brasileiro

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Em um mercado ainda pequeno, mas com potencial de crescimento, novas fabricantes de motos elétricas tentam se firmar no Brasil. Durante o Festival Interlagos Motos 2025, realizado entre 19 de maio e 1º de junho, empresas como Yadea, Aima e Watts apresentaram modelos e estratégias para disputar espaço com as tradicionais motocicletas a combustão — que ainda dominam as vendas no País.

Apesar da presença discreta diante das dezenas de marcas com motores a combustão e alta potência, as elétricas marcaram terreno no evento. Segundo a Fenabrave, apenas 8.384 motocicletas e ciclomotores elétricos foram emplacados em 2024, frente a 1,8 milhão de modelos convencionais — uma diferença que mostra o quanto o segmento ainda é incipiente.

A estreia da chinesa Yadea no festival foi um dos destaques. Líder global em vendas de motos elétricas há oito anos, a marca apresentou dois modelos: a scooter Owin e a moto Keeness, ambos montados no Polo Industrial de Manaus desde abril, em parceria com a Jabil Industrial. Com investimento inicial de R$ 50 milhões, a Yadea quer abrir 300 pontos de venda e comercializar 100 mil unidades em três anos.

“A presença no festival foi só o primeiro passo. Queremos entender o consumidor brasileiro e, com base nisso, desenvolver produtos específicos para o País”, afirma Qubo He, gerente geral da Yadea no Brasil. A empresa também chamou atenção ao exibir o protótipo de uma scooter elétrica autônoma, capaz de se equilibrar sozinha e seguir rotas programadas transportando objetos ou pessoas.

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Motos elétricas tentam ganhar mercado no Brasil (Foto: Divulgação)

Após instalar operações no Vietnã, Indonésia e Tailândia, o Brasil se tornou o quarto país fora da China a receber a produção da Yadea. Também presente no evento, a Aima — outra gigante chinesa do setor — ampliou seu portfólio nacional para 12 modelos, com destaque para oito novos lançamentos. A linha inclui desde scooters compactas até triciclos de carga e motos mais potentes. “É uma oportunidade de mostrar ao público brasileiro nossa proposta de veículos elétricos acessíveis, eficientes e confiáveis”, declarou Xu Huiguo, diretor da Aima Brasil. A marca pretende aumentar suas vendas mensais em 15%.

Mesmo sem divulgar o volume exato de unidades vendidas — já que muitos modelos não exigem emplacamento —, a Aima avalia a possibilidade de iniciar a montagem local em Manaus, caso o desempenho de mercado se confirme.

Entre as nacionais, a Watts, do grupo Multi, já fabrica scooters, autopropelidos e motos elétricas no País desde 2023. A empresa registrou crescimento de 50% em 2024 e expandiu sua capacidade de produção para 100 mil unidades por ano. “A chegada de novas marcas fortalece o setor. Concorrência é positiva, porque mostra que o produto funciona e atende às necessidades do consumidor”, analisa Rodrigo Gomes, fundador e diretor da Watts.

A marca também reformulou seu modelo comercial: além das revendas exclusivas, agora aposta em parcerias com lojas multimarcas. “Queremos levar nossos produtos a revendas menores, que antes só ofereciam modelos importados. Isso vai nos ajudar a alcançar um público mais amplo”, explica Gomes.

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