Pela primeira vez, as mulheres representam a maioria no mercado brasileiro de apostas online. Segundo a pesquisa “Mulheres nas Apostas”, realizada pela Associação de Mulheres da Indústria de Gaming (AMIG) em parceria com a plataforma KTO, elas já correspondem a 51% do público apostador no país.
O levantamento revela que o perfil predominante das apostadoras é composto por mulheres entre 18 e 39 anos, com ensino superior completo, pertencentes à classe média e concentradas principalmente nos estados de São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro.
A maioria acessa as plataformas por meio de dispositivos móveis, e o futebol é a modalidade preferida de 65% delas.
O estudo também aponta que, apesar do crescimento da participação feminina, o comportamento das mulheres nas apostas tende a ser mais cauteloso do que o dos homens. Cerca de 40% das entrevistadas afirmam apostar semanalmente, mas 37% limitam os gastos a até R$ 200 por semana.
Além disso, muitas utilizam ferramentas de controle para evitar o vício e buscam informações antes de realizar apostas: 20% consultam notícias esportivas, 19% usam repertório próprio e 16% recorrem a dicas de conhecidos.
Avanço feminino e mudanças no setor de apostas
Para João Fraga, CEO da Paag, empresa de tecnologia voltada ao setor de iGaming, o avanço das mulheres no segmento exige uma mudança de abordagem por parte das plataformas. “As apostas esportivas sempre foram desenhadas com foco no público masculino. O crescimento da participação feminina mostra que o setor precisa evoluir”, afirmou.
CPI das apostas e o poder público
O aumento da presença feminina ocorre em meio à crescente atenção do poder público sobre o setor. A CPI das Apostas, em andamento no Senado, investiga o impacto das plataformas no orçamento das famílias brasileiras, possíveis vínculos com organizações criminosas e o papel de influenciadores digitais na promoção dessas atividades.
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