Nos últimos anos, o comportamento do consumidor passou por transformações significativas, impulsionado principalmente pela busca por conveniência. A preferência pelo ambiente online se consolidou como canal de compra, especialmente entre os consumidores mais jovens, como a Geração Z. A facilidade em comparar preços, encontrar uma ampla variedade de produtos e realizar compras de forma rápida contribuiu para esse movimento.
De acordo com uma pesquisa da Mosaico, 69% dos consumidores da Geração Z realizam compras por meio de aplicativos, enquanto 51% utilizam sites de varejo. As redes sociais também vêm ganhando protagonismo nesse cenário. Segundo o Relatório do Varejo 2024, da Adyen, 72% dos jovens dessa geração já utilizam plataformas como Instagram, TikTok e outras redes sociais para realizar compras online.
Apesar da força do e-commerce, as lojas físicas não deixaram de ser importantes. Ao contrário disso, elas se tornam ainda mais relevantes com o perfil do consumidor cada vez mais omnichannel. Um estudo da Octadesk e Opinion Box revelou que 76% das pessoas escolhem as compras online, mas 67% ainda compram em lojas físicas. Além disso, uma pesquisa da MindTree revelou que 60% dos consumidores preferem a combinação da compra online com a física. Um relatório do Kantar também aponta que 42% dos consumidores pesquisam produtos em seus smartphones enquanto estão dentro da loja e 45% fazem buscas online, mas compram na unidade física da marca, diante de 53% que fazem o contrário, observam o produto pessoalmente e realizam a compra pelo e-commerce.
Os dados evidenciam que o consumidor omnichannel busca a junção da conveniência do online e as experiências mais profundas do físico. Para atender esse novo padrão, a tecnologia torna-se uma grande aliada do varejo, capaz de oferecer uma logística inteligente, com integração de estoque do e-commerce com as lojas físicas.
Assim, o varejo físico se transforma em uma central de distribuição, com os modelos Click & Collect, em que o cliente compra online e retira o produto na loja, e Ship from Store, no qual a entrega é realizada a partir dos estoques das unidades. Essas estratégias ajudam a reduzir os prazos de entrega e otimizam custos de frete, aumentando a satisfação do consumidor.
A partir de sistemas inteligentes, é possível integrar e sincronizar estoques em tempo real, automatizando as entregas e conectando os canais de venda. Dessa forma, o cliente que gosta de comprar online, pode optar por receber seu produto em casa ou buscá-lo na loja física mais próxima com o benefício do frete grátis. Já para os que gostam da experiência e atendimento personalizado do varejo físico, é possível buscar o item desejado na internet e ir até a loja para ver pessoalmente, tocá-lo, experimentar e fazer a compra. Independentemente do modelo de compra escolhido, as vendas são lançadas no sistema, que consegue dar baixa automática do produto no estoque.
Toda essa tecnologia melhora a experiência do consumidor e aumenta o giro de estoque nas lojas, além de alavancar as vendas, já que muitos clientes aproveitam a ida até a unidade para comprar outros itens. A partir do Ship From Store e Click & Collect, os varejistas reduzem custos de armazenagem e transporte. Ao descentralizar a entrega, utilizando os estoques das lojas físicas, a marca consegue atender rapidamente às demandas, deixando o cliente satisfeito.
O fato é que ao atender melhor os consumidores, as varejistas criam relacionamentos mais próximos e duradouros, melhorando seus índices de fidelização. Grandes redes do varejo brasileiro, como Aramis Inc e Melissa, já utilizam essas estratégias e colhem resultados positivos no dia a dia. Neste contexto, a loja física se tornou mais relevante do que nunca. Com planejamento, dados e tecnologias eficientes, cada unidade da marca se torna um diferencial competitivo logístico e comercial.
Rafael Reolon é diretor de Retail da Linx, especialista em tecnologia para o varejo
O post Lojas físicas no centro da estratégia: o impacto de Click & Collect e Ship From Store apareceu primeiro em BPMoney.
