As ações da Braskem (BRKM5) fecharam nesta sexta-feira (23) com alta de 9,15%, cotadas a R$ 11,09. O movimento ocorreu após a notícia de que o empresário Nelson Tanure fez uma oferta para a aquisição da petroquímica.
Atualmente, a Novonor (antiga Odebrecht) possui 50,1% das ações com direito a voto da Braskem. O restante está sob posse da Petrobras (PETR4). Contudo, qualquer mudança no controle da companhia precisa ser negociada também com os principais bancos credores: Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11), Banco do Brasil (BBAS3) e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
As conversas indicam que a participação da Novonor pode ser reduzida para aproximadamente 5%.
A dívida líquida da Braskem somou US$ 6,6 bilhões no primeiro trimestre deste ano — um aumento de 25% em relação ao mesmo período de 2024. Segundo o InfoMoney, a situação financeira da companhia tem se deteriorado rapidamente.
Negociações e estratégias envolvendo a Braskem
De acordo com o Broadcast, a negociação envolve o empresário e a Novonor, que também busca um comprador para sua participação na petroquímica. O esforço é conduzido com apoio dos bancos de investimento Morgan Stanley (MSBR34) e BTG Pactual (BPAC11), que atuam na venda há bastante tempo.
Segundo fontes próximas ao caso, os bancos credores da Novonor — que têm ações da Braskem como garantia de empréstimos concedidos no passado — foram informados sobre a oferta na noite de quinta-feira (22). A apresentação formal dos termos está prevista para a próxima segunda-feira (26).
Braskem foi pouco afetada por guerra comercial, afirma CEO
A guerra comercial entre EUA e China pouco afetou o desempenho da Braskem, segundo o presidente da companhia, Roberto Ramos. O empresário categorizou o conflito internacional como “arruaça” e afirmou que quem era competitivo antes dos embargos tarifários permaneceu valioso no mercado, e vice-versa.
“O ambiente da indústria petroquímica global nos últimos meses e tiveram pouco impacto sobre o cenário de oferta de capacidade que mantém os spreads menores que a média histórica”, comentou o executivo. Ele espera que o acordo entre China e EUA deve melhorar a condição de competitividade de produtores chineses de polipropileno que dependem de propano importado dos EUA.
Ramos explicou que a China manteve anteriormente tarifas retaliatórias sobre o propano comprado dos EUA, o que encarecia a produção de polipropileno chinês, mas após o acordo a discussão será alterada e se encaminhará para uma possível normalidade.
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