O Google está sendo investigado nos Estados Unidos após fechar um acordo com uma startup de inteligência artificial criada por um brasileiro, levantando questionamentos sobre práticas anticompetitivas.
Segundo reportagens da Reuters e do Estadão, o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) iniciou uma apuração sobre o acordo firmado entre o Google e a Character.AI, startup de IA cofundada pelo brasileiro Daniel de Freitas e pelo norte-americano Noam Shazeer. O negócio, firmado em 2024, não envolveu a compra da empresa, mas sim a contratação dos fundadores e parte da equipe de engenharia, além do licenciamento não exclusivo da tecnologia desenvolvida pela startup.
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Estrutura do acordo levanta suspeitas
O foco da investigação está na estrutura do acordo, que permitiu ao Google ter acesso à tecnologia da Character.AI e ao seu capital humano sem, oficialmente, adquirir a empresa. Essa manobra pode ter evitado o acionamento de processos regulatórios de análise de fusões e aquisições, normalmente exigidos para compras diretas de empresas.

Essa prática, conhecida como “acqui-hire” — fusão entre as palavras “acquisition” (aquisição) e “hire” (contratar) —, está sendo cada vez mais usada por gigantes da tecnologia para incorporar talentos e tecnologias de startups promissoras, sem necessariamente assumir os passivos ou enfrentar barreiras regulatórias.
Character.AI segue independente
Apesar do acordo, a Character.AI segue operando de maneira independente e não foi formalmente adquirida pelo Google. A empresa é conhecida por desenvolver modelos de linguagem generativa e interfaces de chatbot que ganharam ampla popularidade nos últimos anos.

O Google, por sua vez, obteve uma licença não exclusiva para utilizar a tecnologia da startup, garantindo acesso a inovações importantes no setor de inteligência artificial sem a necessidade de incorporar a empresa.
Ação do DOJ visa práticas anticompetitivas
As autoridades antitruste dos Estados Unidos buscam apurar se o Google utilizou o formato do acordo para neutralizar uma potencial concorrente no setor de IA, sem despertar a fiscalização formal que uma aquisição tradicional implicaria. O Departamento de Justiça está particularmente atento a esse tipo de movimentação em um momento de crescente preocupação com o poder das big techs.
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Essa investigação se soma a outras ações legais enfrentadas pela companhia, que incluem processos relacionados ao seu domínio nos mercados de busca e publicidade digital.
Grandes empresas seguem padrão semelhante
Além do Google, outras gigantes do setor, como Microsoft e Amazon, também realizaram acordos semelhantes com startups de IA, despertando preocupações sobre possíveis impactos na concorrência e inovação no setor. Essas práticas passaram a ser observadas de perto por autoridades antitruste ao redor do mundo.
Iniciativa do Google vai financiar startups relacionadas a IA
Analistas apontam que, caso confirmadas irregularidades, o desfecho dessa investigação pode estabelecer novos parâmetros regulatórios para parcerias e contratações estratégicas envolvendo startups de tecnologia.

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Caso segue em apuração
Até o momento, o Google não foi formalmente acusado de qualquer irregularidade. A investigação conduzida pelo DOJ está em fase inicial e ainda não há um prazo definido para sua conclusão.
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Procurado pela imprensa, o Google não comentou publicamente sobre o andamento da apuração. Já a Character.AI também não se pronunciou oficialmente.
Brasileiro no centro da inovação em IA
Daniel de Freitas, cofundador da Character.AI, é brasileiro e um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento das tecnologias que chamaram a atenção do Google. Antes de fundar a startup, Freitas trabalhou no próprio Google, onde esteve envolvido em projetos de ponta na área de modelos de linguagem e inteligência artificial.
Sua trajetória exemplifica a crescente participação de brasileiros em posições de destaque no cenário global de tecnologia, especialmente no campo da inteligência artificial.

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Fonte: Reuters