JPMorgan indica varejistas que perderão lucro com novo IOF; veja 

Confiança do varejo cai
Foto: Varejo/CanvaPro

Desde quinta-feira (22), o assunto que tomou o mercado financeiro foi o aumento no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), anunciado pelo governo federal. Na esteira das repercussões, o banco JPMorgan analisou que as varejistas devem sofrer mais pressão nos lucros.

Apesar de parte da medida ter sido revogada, o aumento do IOF ainda incidirá sobre transações importantes no dia a dia de pessoas físicas e empresas: câmbio, crédito e planejamento sucessório.

Considerando especialmente as varejistas, as novas regras também atingem as operações conhecidas como “risco sacado”. Essa operação seria uma transação na qual uma empresa antecipa recebíveis para seus fornecedores por intermédio de bancos, e, posteriormente, paga o valor devido aos bancos.

De acordo com o JP Morgan, a nova pressão que vem do IOF pode provocar uma reação em escala, atingindo as varejistas com custos mais altos para realizar as operações de risco sacado.

“Portanto, o impacto real nos resultados dos varejistas dependerá de quanto será repassado pelos fornecedores e o que será absorvido pela empresa, pois pode afetar as vendas, dada a elasticidade de preço”, diz o relatório do JP Morgan. 

O banco acredita que as empresas do setor que apresentam o maior potencial de impacto no lucro líquido de 2025 são justamente Magazine Luiza, Assaí e Natura. 

As varejistas costumam praticar a operação para manutenção de estoques. As alterações no IOF vão exigir que o risco sacado seja discriminado nos balanços como crédito, para que estejam sujeitas à tributação pelo imposto.

Haddad diz que recuo do IOF visou conter especulações

Durante entrevista à imprensa em São Paulo na manhã desta sexta-feira (23), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou que a decisão de revisar parte do aumento do IOF teve como objetivo evitar interpretações equivocadas sobre a política econômica do governo. 

Segundo ele, a medida buscou afastar qualquer sinalização que pudesse ser entendida como desestímulo a investimentos ou criar ruídos no mercado.

Haddad classificou o recuo como uma correção pontual, tomada com base em contribuições recebidas de representantes do setor financeiro.

“Tivemos subsídios de pessoas do mercado dizendo que o IOF poderia acarretar problemas”, afirmou em entrevista à imprensa pela manhã, antes da abertura do mercado. Haddad disse que o governo não tem problema de corrigir rotas, desde que “sigamos rumo de cumprir metas fiscais”.

Fernando Haddad destacou que o pacote fiscal apresentado na quinta-feira (22) tem como meta garantir uma arrecadação próxima de R$ 50 bilhões ainda neste ano.

Entre as medidas anunciadas, estava a proposta de aplicar uma alíquota de 3,5% do IOF sobre investimentos feitos por fundos brasileiros no exterior — uma iniciativa que fazia parte do esforço da equipe econômica para reforçar o caixa e cumprir os objetivos fiscais de 2025.

Após a reação intensamente negativa por parte do mercado financeiro, o Ministério da Fazenda voltou atrás e decidiu anular a proposta sobre o IOF ainda na noite de quinta-feira, comunicando a mudança por meio de uma postagem no X (antigo Twitter).

Com o recuo, a alíquota para investimentos de fundos no exterior continua em zero, como era anteriormente.

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