
A semana entre 18 e 23 de maio terá uma agenda econômica um pouco mais esvaziada. Após 45 dias de intensa movimentação, a disputa comercial entre EUA e China entra em segundo plano após o “cessar-fogo” anunciado no último domingo (11), que resultou na redução de tarifas recíprocas e em um “armistício” de 90 dias até que se estabeleça um novo acordo.
O destaque da semana ficará por conta das falas de autoridades do Fed (Federal Reserve), banco central dos Estados Unidos, além da divulgação de dados econômicos na China e do IBC-Br no Brasil, considerado uma prévia do PIB.
A temporada de balanços está quase encerrada no Brasil, com algumas empresas ainda divulgando os resultados do primeiro trimestre de 2025. Nos EUA, o foco recai sobre os números de grandes varejistas como Target e Best Buy, além da expectativa em torno do balanço da Nvidia, que será divulgado apenas no dia 28.
Nos EUA, membros do Fed discursarão todos os dias da semana. Apesar do arrefecimento retórico e tarifário promovido pelo governo norte-americano, novas tarifas foram implementadas: 10% para todos os países, com exceção da China (30%), México (25%) e Canadá (25%), além de alíquotas setoriais de 25% para produtos como automóveis, alumínio e aço.
“Por isso, os membros do Fed provavelmente devem reiterar o tom paciente em relação aos próximos passos da política monetária, mesmo com dados encorajadores na última semana para uma flexibilização”, afirmou Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.
Como o mercado se comportou entre 12 e 16 de maio
A agenda econômica brasileira trouxe sinais de moderação tanto na inflação quanto na atividade, o que pode reforçar a percepção de que o ciclo de alta de juros está próximo do fim. O Relatório Focus mostrou revisões discretas para baixo nas expectativas de inflação e câmbio, com a projeção do IPCA para 2025 caindo de 5,53% para 5,51%, e o dólar recuando para R$ 5,85. Ainda assim, a inflação segue acima do teto da meta, o que limita o espaço para cortes de juros no curto prazo.
A taxa Selic permanece projetada em 14,75% para este ano, refletindo o compromisso do Banco Central com a ancoragem das expectativas. A ata do Copom reforçou esse cenário ao destacar que os efeitos do aperto monetário já começam a aparecer. O BC reconhece uma “incipiente moderação” no crescimento da economia e no mercado de crédito, com impacto visível no comprometimento da renda das famílias e no apetite por novas dívidas, como explicou Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital.
No exterior, a semana foi marcada por dados dos EUA que indicam aparente estabilidade nos indicadores de curto prazo, mas com sinais sutis de desaceleração no horizonte. Os pedidos iniciais de seguro-desemprego permaneceram em 229 mil, em linha com o esperado pelo mercado. Por outro lado, a média móvel de quatro semanas voltou a subir, o que pode sinalizar uma tendência de enfraquecimento gradual no mercado de trabalho.
Ibovespa na semana
- Segunda-feira (12): +0,04%
- Terça-feira (13): +1,76%
- Quarta-feira (14): -0,39%
- Quinta-feira (15): +0,66%
- Sexta-feira (16): -0,11%
- Semana: +1,96%
O post Mercado dará destaque a falas do Fed e últimos balanços no Brasil apareceu primeiro em BPMoney.