A Quarta Vara do Trabalho de São Paulo condenou o Nubank (ROXO34) a pagar R$ 10 mil a um ex-funcionário que processou a empresa por danos morais após ser obrigado a participar de uma foto que simulava nudez. Ao todo, a fintech terá de pagar R$ 180 mil, somando o valor da indenização com direitos trabalhistas reconhecidos, já que o profissional foi transferido para outra empresa do grupo.
A imagem fazia parte de uma campanha de 2018, na qual os funcionários eram fotografados dos ombros para cima, sem nenhuma roupa visível no enquadramento, dando a entender que estavam nus. O mote da ação fazia alusão ao nome do banco digital.
A foto era utilizada tanto em comunicações internas quanto externas, como crachás e assinaturas de e-mail enviados a clientes.
Em nota, o Nubank informou que, após análise interna, decidiu “descontinuar e descartar todos os materiais de uma campanha voluntária realizada há sete anos, em 2018”, conforme publicou o Valor Econômico.
“Essa medida já foi comunicada aos nossos colaboradores e faz parte do nosso processo contínuo de aprimoramento e adequação de nossas ações”, acrescentou a empresa.
Entenda o caso do Nubank
A decisão ainda cabe recurso. No processo, o ex-funcionário alegou que a situação foi “vexatória” e que foi obrigado a participar de um ensaio fotográfico sem parte de sua roupa, “devendo utilizar a foto corporativa como se estivesse nu”.
Em sua defesa, o Nubank argumentou que a participação não era obrigatória e que os colaboradores poderiam escolher outra imagem. No entanto, testemunhas levadas pela defesa do ex-funcionário confirmaram sua versão.
“Conforme se extrai dos depoimentos colhidos em audiência, os funcionários eram obrigados a tirar a foto quando eram admitidos”, afirma a sentença.
“A primeira testemunha ouvida a rogo da parte autora esclareceu que, quando foi admitida, foi obrigada a tirar foto sem camiseta e com a alça do sutiã abaixada para parecer que estava nua”, declarou a juíza Juliana Baldini de Macedo.
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