Os displays continuam entre os maiores vilões do consumo energético nos celulares modernos, mas isso pode estar prestes a mudar. A LG Display acaba de anunciar uma nova tecnologia chamada Hybrid Tandem OLED, capaz de reduzir em até 15% o consumo energético das telas, uma melhoria que pode representar de 30 minutos a uma hora a mais de uso em um único ciclo de carga — dependendo do perfil de uso.
A inovação será apresentada oficialmente na SID Display Week, no dia 11 de maio, e afirma entregar esse ganho sem comprometer a durabilidade, o brilho ou a precisão de cores. Um feito que pode marcar uma nova era de eficiência para smartphones e tablets premium.
O desafio do azul: o elo fraco do OLED
Para entender o impacto da novidade, é preciso voltar a um problema clássico das telas OLED: o subpixel azul.
Enquanto os subpixels vermelho e verde evoluíram com materiais mais eficientes — os chamados phosphorescent OLEDs (PHOLEDs) — o azul sempre foi um desafio. Emitindo luz em frequências mais altas, ele consome mais energia e tem vida útil reduzida, o que contribui para efeitos como burn-in e descoloração com o tempo.
A maioria das telas atuais ainda usa materiais fluorescentes menos eficientes para o azul, porque eles oferecem mais estabilidade. Isso, no entanto, limita a eficiência energética geral do painel.
A solução híbrida da LG: o melhor de dois mundos
A aposta da LG Display para superar esse obstáculo foi unir as duas tecnologias em um único subpixel azul. O novo painel combina uma camada fluorescente — para dar estabilidade e fidelidade de cor — com uma camada fosforescente adicional.
Basicamente, a segunda camada capta parte da energia que normalmente seria desperdiçada, elevando a eficiência do subpixel sem sacrificar sua durabilidade.
Essa arquitetura híbrida, integrada em uma estrutura conhecida como Tandem OLED de dois stacks, foi projetada para funcionar como uma única unidade de emissão de luz. Isso facilita sua fabricação em escala industrial, algo vital para a adoção em dispositivos de grande volume, como smartphones.
O subpixel azul sempre foi um gargalo na evolução do OLED. A solução híbrida da LG mostra que ainda há espaço para avanços significativos nessa tecnologia madura
Impacto prático: até 1 hora extra de uso
Saindo da teoria, as telas são responsáveis por aproximadamente 30% a 50% do consumo energético de um smartphone durante o uso ativo com brilho alto ou ao rodar conteúdos em alta taxa de atualização. Por isso, um corte de 15% no gasto da tela pode representar uma economia real de 5% a 10% na bateria como um todo.
Isso significa que um usuário típico pode ganhar cerca de 30 minutos a mais de uso, e usuários moderados podem se beneficiar com até uma hora extra de autonomia. Isso sem contar outras otimizações paralelas, como o uso de baterias de silício-carbono e sistemas de atualização variável de tela (LTPO).
Tecnologia pronta para produção
Diferente de outras inovações que ficam restritas aos laboratórios, a tecnologia Hybrid Tandem OLED já está pronta para ser produzida em larga escala. Como falamos acima, a LG deve apresentar painéis nos tamanhos de smartphones e tablets no evento de maio, com planos de integrar essa solução em futuros produtos premium.
Embora ainda não tenha sido confirmado quais marcas ou modelos vão adotar os novos painéis, é possível que os primeiros celulares com essa tecnologia cheguem ao mercado no próximo ano. Considerando o histórico da LG Display como fornecedora para diversas fabricantes, a expectativa é de uma rápida adoção entre os flagships de 2026.
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Eficiência sem sacrifícios
Em um universo digital onde cada minuto extra de bateria importa, tecnologias como a nova tela da LG podem se tornar um diferencial importante para consumidores exigentes.
E a geração de telas OLED chega como uma resposta concreta à demanda por dispositivos mais eficientes — o que pode muito bem ser o próximo padrão entre os celulares top de linha.
Fonte: LG Display
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