
Durante passagem por Los Angeles no domingo (4), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que as negociações com os EUA sobre política tarifária estão em curso e têm avançado positivamente.
Em conversa com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, o ministro disse que Brasil e EUA estão discutindo os “termos de um entendimento” sobre a aplicação de tarifas comerciais.
Haddad afirmou ter representado não apenas o Brasil, mas toda a América do Sul na conversa com Bessent, reforçando que os déficits comerciais da região com os EUA não justificam a imposição de barreiras tarifárias.
“Não faz sentido”, disse o ministro ao comentar as medidas que afetam vários países sul-americanos. De acordo com Haddad, o diálogo com o secretário norte-americano foi construtivo.
“O mais importante nesse momento é dizer que nós estamos em uma mesa negociando os termos de um entendimento (…) Eu acredito que a postura do secretário foi bastante frutífera e demonstrou uma abertura para o diálogo bastante importante”, afirmou.
Além da pauta comercial, outros assuntos estratégicos também entraram na discussão, incluindo o interesse mútuo em ampliar investimentos em setores como energia verde e minerais críticos, temas que têm ganhado relevância nas agendas de cooperação internacional.
Haddad busca diálogo com Bessent após escalada tarifária de Trump
Na semana anterior à viagem aos EUA, o ministro Fernando Haddad já havia antecipado a possibilidade de conversas com autoridades norte-americanas, mencionando que representantes do governo dos EUA indicaram que Scott Bessent estaria disposto a dialogar.
No entanto, segundo o ministro, a expectativa era de que esse encontro não ocorresse durante sua visita atual.
A movimentação de Bessent acontece em meio à turbulência provocada por uma nova onda de tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump em 2 de abril, medida que gerou forte impacto nos mercados internacionais. No que foi chamado pelo governo norte-americano de “Dia da Libertação”, Trump impôs uma tarifa de 10% sobre a maioria das importações, com exceções em que as alíquotas foram ainda mais severas.
O Brasil, assim como a maior parte dos países da América do Sul, foi incluído na faixa mínima da nova política tarifária, com a cobrança de 10%. Ainda assim, o impacto foi significativo, dada a abrangência da medida e seu efeito sobre as cadeias globais de comércio.
Uma semana após o anúncio inicial, Trump voltou a se pronunciar, estabelecendo uma trégua parcial: suspendeu temporariamente as alíquotas mais elevadas por 90 dias para a maioria dos parceiros comerciais, mantendo a tarifa mínima de 10% e as restrições específicas contra a China.
O gesto abriu espaço para a retomada de negociações bilaterais — como as que Haddad agora busca consolidar.
O post Haddad fala em ‘entendimento’ com EUA sobre tarifas comerciais apareceu primeiro em BPMoney.