
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores nacional, a B3, iniciou o pregão desta sexta-feira (2) em queda, perdendo força após dados dos EUA.
O movimento reflete a reação dos investidores a dados recém-divulgados do mercado de trabalho dos EUA, além da cautela em torno das possíveis tratativas comerciais entre Washington e Pequim.
Por volta das 10h15 (horário de Brasília) o marcador apresentava uma leve queda de 0,06%, aos 134.917 pontos.
O dólar comercial seguia o mesmo sentido do índice, embora com mais intensidade, ao passo que recuava 0,42%, cotado a R$ 5,64.
O relatório de empregos (payroll), divulgado na manhã de hoje pelo Bureau of Labor Statistics (BLS), mostrou a criação de 177 mil vagas no setor não-agrícola em abril, superando a projeção do mercado, que apontava para 138 mil novos postos.
Apesar do resultado expressivo, os números também sinalizam uma desaceleração em relação a março, quando o país gerou 228 mil empregos.
Apesar de o Payroll de abril ter superado as expectativas, com criação de 177 mil empregos no setor privado, os dados revisados dos meses anteriores — com cortes de 43 mil em março e 9 mil em fevereiro — indicam um cenário mais cauteloso. Segundo Andressa Durão, economista do ASA, a média móvel trimestral teve leve alta, mas segue praticamente estável desde o início do ano.
A taxa de desemprego manteve-se em 4,2%, em linha com o previsto, impulsionada por um aumento na taxa de participação, especialmente entre trabalhadores nativos. Já o crescimento dos salários permaneceu em 3,8% no acumulado de 12 meses, abaixo da expectativa de aceleração para 3,9%.
Durão observa que os números ainda não captam os efeitos do ambiente econômico incerto, marcado por riscos elevados de recessão.
“O mercado de trabalho continua demonstrando solidez, com baixa taxa de desemprego, mas como é típico, pode demorar a refletir mudanças no ciclo econômico. Por isso, o Fed segue mantendo os juros estáveis, avaliando cuidadosamente os dados antes de qualquer mudança na política monetária”, conclui.
Mercado cauteloso à espera de sinais sobre relação EUA-China
Enquanto isso, o ambiente geopolítico segue no radar. O Ministério do Comércio da China comunicou ontem que está examinando as recentes sinalizações dos Estados Unidos sobre uma eventual retomada de conversas tarifárias.
A possibilidade de um acordo entre as duas maiores economias do planeta é vista pelos mercados como uma oportunidade para aliviar a tensão global e renovar o apetite por ativos de maior risco.
Com isso, investidores monitoram de perto os desdobramentos tanto na política monetária americana quanto nas negociações bilaterais, à espera de sinais mais claros que possam ditar o rumo dos mercados nos próximos dias.
EUA
Os índices futuros dos EUA avançam nesta sexta-feira (2), apoiados por balanços positivos no setor de tecnologia, que superaram as estimativas do mercado.
Apesar da forte performance das ações da Microsoft e da Meta ter sustentado o otimismo em Wall Street na quinta-feira, os resultados financeiros decepcionantes de Apple e Amazon derrubaram suas ações nas negociações pós-fechamento.
No caso da Amazon, embora o lucro do primeiro trimestre de 2025 tenha vindo acima do esperado, a previsão fraca para os próximos períodos decepcionou os investidores, levando a uma queda de 3% em suas ações.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: +0,21%
S&P 500 Futuro: +0,63%
Nasdaq Futuro: +1,52%
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