iFood vai reajustar taxas para entregadores em até 15%

O iFood vai reajustar taxas para entregadores em até 15% a partir de 1º de junho, elevando o valor mínimo pago por entrega para trabalhadores de motocicleta, carro e bicicleta. A medida chega pouco mais de um mês após grandes mobilizações da categoria por melhores pagamentos.

Atualmente, a taxa mínima para entregadores de motocicleta e carro é de R$ 6,50, estabelecida em 2023. Com o novo reajuste, o valor passará a ser de R$ 7,50, o que representa um aumento de 15,4%. Já para entregadores que utilizam bicicletas, a taxa subirá de R$ 6,50 para R$ 7, uma alta de 7,7%.

Segundo o iFood, o reajuste considera o acúmulo da inflação, usando como referência o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). O índice acumulado em 2024 foi de 4,8%, mas a empresa afirma que irá assumir os custos adicionais sem repassá-los aos clientes ou restaurantes parceiros.

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Divulgação/iFood

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Valor por quilômetro percorrido permanece

Apesar do aumento da taxa mínima, o valor pago por quilômetro rodado continuará o mesmo: R$ 1,50. Esse ponto foi um dos principais alvos de reivindicação dos entregadores nos últimos protestos, que pediam a elevação desse valor para R$ 2,50.

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O diretor de responsabilidade social do iFood, Johnny Borges, destacou que a decisão de reajustar as taxas foi interna e não está ligada diretamente às recentes mobilizações ou à chegada de novos concorrentes no setor de entregas.

Contexto de mobilização dos entregadores

No final de março, entregadores organizaram o chamado “breque dos apps”, um movimento que paralisou entregas em diversas cidades brasileiras. A manifestação criticava a precarização do trabalho nos aplicativos de entrega, inclusive no iFood, e exigia mudanças em quatro pontos principais:

  • Taxa mínima de R$ 10 por corrida
  • Aumento da remuneração por quilômetro
  • Limite de distância para entregadores de bicicleta
  • Pagamento integral em pedidos agrupados

Apesar da pressão popular, lideranças do movimento, como Junior Freitas, consideram o reajuste insuficiente e criticam a falta de diálogo da empresa. “Eles não abrem margem de negociação. Estamos nos organizando para puxar uma nova onda de protestos”, afirmou Freitas.

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Sérgio Lima/Poder360

Concorrência no horizonte

Enquanto o iFood anuncia seus reajustes, o mercado de entregas se movimenta. A plataforma 99Food, da empresa de transporte 99, foi relançada, e há rumores de que a gigante chinesa Meituan deve iniciar operações no Brasil no próximo ano.

O iFood, porém, nega que o aumento nas taxas tenha relação com a intensificação da concorrência e mantém seu discurso focado na responsabilidade social e nos ajustes inflacionários.

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Novos benefícios para os entregadores

Além do reajuste nas taxas, o iFood divulgou novas medidas de apoio aos entregadores. A Diária de Incapacidade Temporária, por exemplo, será ampliada de 7 para 30 dias, com pagamento de R$ 1.500 em casos de acidentes que impossibilitem o trabalho temporariamente.

Outro avanço foi o aumento do valor de indenização por morte ou invalidez: de R$ 100 mil para R$ 120 mil, uma tentativa de oferecer mais segurança financeira para os trabalhadores e suas famílias.

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No caso dos entregadores de bicicleta, a empresa destacou que desde janeiro de 2025 as rotas foram ajustadas para uma média máxima de 4 km, tentando atender a uma das reivindicações da categoria, ainda que parcialmente.

Expectativas e próximos passos

Apesar dos reajustes e benefícios anunciados, lideranças de entregadores seguem críticas às ações do iFood. Muitos consideram que as mudanças são tímidas diante das demandas apresentadas nas mobilizações.

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A expectativa é que, caso não haja abertura para negociações mais amplas, novos protestos possam ser organizados nos próximos meses, em busca de melhorias mais significativas para a categoria.

Enquanto isso, o iFood busca manter sua liderança no mercado, apostando em reajustes pontuais e em benefícios adicionais para mitigar as tensões com seus entregadores.

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Fonte: g1

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