Pesquisadores da Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU), em Singapura, criaram uma nova geração de azulejos sustentáveis que podem manter edifícios frescos sem necessidade de ar-condicionado ou qualquer fonte de energia elétrica.
Produzidos a partir de micélio de cogumelos ostra e resíduos de bambu, os azulejos são moldados com uma superfície enrugada que imita a pele de elefante.
Solução ecológica para um problema urgente
Material feito de fungos e bambu imita pele de elefante para reduzir temperatura em prédios, oferecendo alternativa ecológica à climatização tradicional
O objetivo do projeto é enfrentar a dependência de materiais tradicionais altamente poluentes, como o cimento, responsável por cerca de 8% das emissões globais de dióxido de carbono.
Portanto, diante de um cenário de aquecimento global acelerado e crescente demanda energética, alternativas ecológicas se tornam cada vez mais urgentes.
A ciência por trás da pele de elefante
A inspiração para o projeto veio da adaptação natural dos elefantes, que não possuem glândulas sudoríparas, mas conseguem regular sua temperatura corporal através da pele profundamente enrugada, que retém água e facilita a dissipação do calor.
A textura criada nos azulejos aumenta a área de superfície e promove a retenção de umidade, contribuindo para o resfriamento passivo.

A escolha do micélio se deve à sua capacidade de atuar como um aglutinante natural, transformando resíduos orgânicos em um material leve, poroso e altamente eficaz para isolamento térmico
Resultados promissores em laboratório
Durante testes de laboratório, os azulejos inovadores demonstraram absorver o calor de maneira mais lenta e esfriar mais rapidamente do que superfícies planas convencionais.
Simulações de chuva mostraram que as gotas de água se acumulavam nas rugosidades, acelerando o processo de resfriamento evaporativo — um comportamento similar ao observado na natureza.

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Caminho para a produção em larga escala
Apesar do enorme potencial, cada unidade de azulejo leva cerca de um mês para crescer, o que atualmente limita sua produção em massa. No entanto, a equipe está trabalhando em parceria com uma startup local para acelerar o processo, inclusive testando novas variedades de fungos que possam oferecer maior resistência e desempenho.
Assim, os azulejos de micélio representam uma importante inovação no setor de construção sustentável, principalmente quando combinados com outros materiais ecológicos. Com soluções assim, o futuro das cidades pode ser mais verde, mais fresco e menos dependente de energia.
Fonte: NTU Singapore

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