Opinião | Cinemas brasileiros deveria investir nas ‘sessões retrô’

Este fim de semana é um tanto exótico para os cinemas brasileiros. Além das sessões comemorativas de Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith, que completa 20 anos em 2025, os cinemas da rede UCI trouxeram de volta sessões de Hannah Montana: O Filme (2009). E o mais curioso é que ambos os filmes estão com procura altíssima. Há relatos, inclusive, de que algumas unidades registraram maior interesse para esses filmes antigos do que para novos longas em cartaz.

Isso parece indicar uma possível nova tendência para os próximos anos, que é um olhar mais carinhoso das grandes redes a essas sessões comemorativas de filmes antigos.

Uma das grandes metas de todo o setor audiovisual é recuperar os números de público do período pré-pandemia, quando os cinemas registravam grande quantidade de espectadores e sessões lotadas. E é de conhecimento público que a melhor forma de fazer as pessoas voltarem a ir ao cinema é tornar o ambiente do cinema comum a todos. Como assim?

Em teoria, a lógica é simples. Se as pessoas estiverem pelo cinema, as chances delas assistirem um filme são muito maiores. Afinal, é muito atrativo o ambiente das sessões. No entanto, seja por conta dos altos preços ou pela falta de lançamentos que despertem o interesse, o público pós-pandêmico não tem mais esse hábito de ir aos cinemas. Ao trazer esses filmes já consagrados ou que tenham construído algum tipo de memória afetiva para com o público a preço promocional, como é o caso das sessões de Hannah Montana, os cinemas trazem seu público para perto. Estando ali, sentindo o geladinho das salas, comendo a pipoca quentinha e se encantando com a magia do cinema, o desejo de voltar a viver aquilo novamente é quase natural.

Em tempos de streaming, em que os filmes estão a um clique de distância, é hora dos cinemas reforçarem realmente o seu diferencial, que é a experiência de ver os longas na tela grande. A possibilidade de parar por 2h e se desligar do mundo. E fazer isso com sessões promocionais pode ser, sim, uma alternativa interessante para recuperar o público nos cinemas.

No Rio de Janeiro, por exemplo, há um case muito interessante dessa aposta nos clássicos. Além dos famosos concursos de sósia, que agitaram o hall do Estação NET Rio durante o período do Oscar, a rede aposta há algum tempo em sessões de filmes antigos, incluindo a própria franquia Star Wars. Em 2024, a Mostra “A Força de George Lucas” celebrou os 80 anos do diretor com a exibição de filmes escritos, produzidos ou dirigidos por ele, incluindo os seis primeiros filmes de Guerra nas Estrelas. E foi um sucesso.

Mas não se resume apenas a essa saga. Eles já exibiram nas telonas filmes como Jurassic Park, Centopeia Humana e até mesmo a animação clássica de O Senhor dos Anéis. E todas essas exibições contaram com salas cheias e um público animado para rever (ou ver pela primeira vez) seus filmes favoritos no cinema.

Nesses tempos em que as grandes redes tentam atrair novamente o público para as sessões, vale a pena dar uma olhada especial para essa proposta de resgatar filmes populares do passado para mostrar às pessoas que ir ao cinema ainda é muito legal.

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