
Em cenário de alta incerteza econômica global, Gita Gopinath, diretora-executiva adjunta do FMI (Fundo Monetário Internacional), disse que a definição de política monetária tornou-se mais complexa
“Alta incerteza econômica aumenta a dificuldade em definir política monetária”, disse ela durante as Reuniões de Primavera do FMI.
A executiva também alertou para os desafios enfrentados pelos bancos centrais por causa do ambiente altamente volátil.
Em sua argumentação, a diretora do FMI mencionou as tensões vividas entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o chefe do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, que têm levantado questões sobre a pressão política sobre bancos centrais.
Paralelamente, Gopinath defendeu enfaticamente, segundo a CNN Brasil, a autonomia dessas instituições: “Independência de BCs é muito importante para a estabilidade econômica de países”.
A executiva do FMI também alertou para os riscos de medidas protecionistas, como as tarifas comerciais, que, segundo ela, podem gerar um “choque econômico desinflacionário, com queda de demanda”, impactando o crescimento global.
FMI: dívida pública do Brasil será 92% do PIB em 2025
O FMI (Fundo Monetário Internacional) está pessimista com a situação fiscal do Brasil. Segundo o órgão internacional, o peso da dívida pública no PIB (Produto Interno Bruto) deve aumentar de 87,3% em 2024 para 92% em 2025. Os dados são do relatório Monitor Fiscal publicado nesta quarta-feira (23).
Quando avaliado a totalidade dos 4 anos de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o fundo enxerga piora em mais de 12 p.p (pontos percentuais). A estimativa cresceu desde a última avaliação do órgão em outubro de 2024.
O atual ritmo destaca um salto no fim da presidência do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022, quando a dívida acusava 83,9% para 96% no encerramento de 2026, último ano do terceiro mandato de Lula. Trata-se do mais elevado nível de endividamento do país desde 2020.
O FMI não vê reversão nessa trajetória e se nada for feito para o controle, as contas públicas brasileiras devem pesar ainda mais na produção, chegando a 99,4% em 2029. O ano seguinte, 2030, provisiona estabilização do índice, levando a uma nova rodada de análises.
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