
O desejo de viver fora do Brasil tem crescido entre os brasileiros, pois até dezembro de 2024 já eram cerca de 4,9 milhões no exterior, conforme o Ministério das Relações Exteriores. O aumento previsto pode ser impulsionado pelas discussões sobre o imposto mínimo para grandes fortunas.
Nesse contexto, o visto de investidor emerge como uma solução viável para muitos. Essa categoria de visto possibilita que estrangeiros “comprem” o direito de residir em algumas nações, o que muitas vezes leva à cidadania após um determinado período.
Em entrevista ao Info Money, Marcelo Godke, do Godke Advogados, destaca que Portugal, por exemplo, concede o Golden Visa ao investir em regiões específicas.
Já na Espanha, um investimento imobiliário de 500 mil euros (R$ 3,1 milhões) é necessário, enquanto a Grécia requer 250 mil euros (R$ 1,5 milhão). Por sua vez, a Itália aceita aportes em startups e títulos governamentais. Cada país tem suas peculiaridades, com caminhos distintos para a residência e cidadania.
EUA concedem vistos diferenciados no governo Trump – Imagem: Joshua Hoehne/Unsplash
Estados Unidos oferece o Visto EB-5 e contexto político
Para muitos brasileiros, os Estados Unidos são o destino preferido. Para tanto, o visto EB-5 exige um investimento de US$ 800 mil (R$ 4,6 milhões**) em projetos que criem empregos para americanos. De acordo com o IMI Data Center, o Brasil foi o sexto país mais beneficiado por esse visto em 2023; veja o ranking:
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China: 6.262
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Índia: 815
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Vietnã: 556
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Coreia do Sul: 446
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Taiwan: 261
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Brasil: 157
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Outros países: 1.320
Com a administração de Donald Trump, o tema imigratório voltou ao debate e, agora, o “Golden Card”, uma alternativa ao EB-5, exige um investimento de US$ 5 milhões (R$ 29 milhões**) e promete trâmites mais rápidos. Também em matéria do portal InfoMoney, Gorenstein, da LCR Capital Partners, alerta que mudanças no programa EB-5 são esperadas em 2026.
Desafios fiscais e sucessórios
Os brasileiros que optam por viver no exterior enfrentam desafios tributários e sucessórios. Marcelo Gorenstein ressalta ainda que muitos realizam a saída fiscal definitiva do Brasil. O planejamento prévio é essencial para minimizar os impactos fiscais e assegurar a conformidade legal.
Aspectos sucessórios também requerem atenção. Godke menciona que as regras do país de residência prevalecem. No caso de possuir bens em diferentes países, como Brasil e EUA, inventários separados são necessários. Estruturas como trusts ou testamentos costumam simplificar esses processos, o que assegura ainda uma transição patrimonial tranquila.
* Com informações do portal InfoMoney.
** Valores de conversão consultados no dia 4 de abril de 2025.
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