Café com BPM: Trump recua e bolsas globais demonstram alívio

Foto: Freepik

Os mercados globais operam em alta no pré-mercado desta quarta-feira (23), acompanhando o otimismo que também se refletiu no after market em Nova York. 

O bom humor dos investidores foi impulsionado por declarações feitas por Donald Trump no fim da tarde da véspera. O presidente norte-americano negou rumores de que pretendia demitir Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, e ainda sinalizou possível abertura para negociar as tarifas com a China, afirmando: “Não vamos ser tão duros com eles”.

A agenda internacional desta quarta-feira (23) é movimentada, com a divulgação de diversos índices PMI, que medem o desempenho da atividade econômica em várias regiões, incluindo os EUA. Por lá, também está prevista a publicação do Livro Bege do Fed, um importante relatório que pode influenciar as decisões da próxima reunião de política monetária, marcada para o dia 7 de maio.

Apesar da decepção com os resultados financeiros da Tesla, divulgados na noite de ontem e abaixo das expectativas, as ações da montadora reagiram com força, chegando a subir quase 8% no after hours. 

Durante uma conversa com investidores, Elon Musk tentou acalmar o mercado ao afirmar que, a partir de maio, reduzirá seu envolvimento com o governo americano a “um ou dois dias por semana”, para dedicar mais tempo à empresa.

No Brasil, o dia deve ser mais calmo no cenário econômico, sem indicadores relevantes programados.

Em conversa informal com a imprensa na Casa Branca, Trump admitiu estar insatisfeito com a lentidão do Fed em cortar os juros, mas foi categórico ao negar qualquer plano de afastar Powell do cargo. 

“A imprensa espalha. Não tenho intenção de demiti-lo. Gostaria de vê-lo um pouco mais ativo em sua ideia de reduzir as taxas de juros”, reduzindo as especulações sobre uma possível tentativa de removê-lo antes do fim de seu mandato, previsto para 2026.

EUA

Os índices futuros da bolsa de Nova York sobem nesta quarta-feira (23), impulsionados pelas declarações do presidente americano, Donald Trump, que afirmou “não tem intenção” de demitir Jerome Powell, atual presidente do Federal Reserve (Fed).

A fala ajudou a aliviar receios de uma possível interferência na autonomia do banco central. Durante uma entrevista concedida na terça-feira, direto do Salão Oval, Trump reiterou que “nunca teve” planos de afastar Powell, embora tenha voltado a pressionar por cortes nas taxas de juros.

“Eu gostaria de vê-lo ser um pouco mais ativo em relação à sua ideia de reduzir as taxas de juros”, declarou. “Este é o momento perfeito para baixar as taxas de juros.”

Essa declaração contrasta com o tom adotado por Trump no início da semana, quando se referiu a Powell como um “grande perdedor” e cobrou publicamente uma redução nos juros, elevando as tensões entre a Casa Branca e o Fed.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: +2,66%

S&P 500 Futuro: +2,51%

Nasdaq Futuro: +2,71%

Bolsas asiáticas

Na Ásia, as principais bolsas encerraram o pregão em alta, refletindo o alívio nas preocupações sobre o conflito comercial entre EUA e China.

O clima mais positivo veio após Trump afirmar que as tarifas finais sobre produtos chineses exportados para os EUA “não chegarão nem perto de 145%”, embora tenha deixado claro que as tarifas “não serão de 0%”.

Paralelamente, o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, deu sinais de que uma “desescalada” na disputa comercial com a China pode estar no horizonte. “Ninguém acha que o status quo atual seja sustentável”, declarou, em reunião com investidores na terça-feira.

Shanghai SE (China), -0,10%

Nikkei (Japão): +1,89%

Hang Seng Index (Hong Kong): +2,37%

Kospi (Coreia do Sul): +1,57%

ASX 200 (Austrália): +1,33%

Bolsas europeias

Na Europa, as bolsas também apresentam ganhos, refletindo a retomada da confiança global diante do alívio nas tensões comerciais.

No front corporativo, a SAP, gigante alemã do setor de software, divulgou resultados acima das projeções. A empresa registrou um crescimento de 58% no lucro operacional ajustado, em moeda constante, no primeiro trimestre de 2025, além de um aumento de 11% na receita.

STOXX 600: +1,82%

DAX (Alemanha): +2,63%

FTSE 100 (Reino Unido): +1,54%

CAC 40 (França): +2,10%

FTSE MIB (Itália): +1,21%

Ibovespa: relembre a véspera

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última terça-feira (22) com alta de 0,63% a 130.464 pontos. O dólar comercial caiu 1,32%, a R$ 5,72.

Apesar de não ter tido ajuda dos papéis das petrolíferas, que têm forte peso na composição do índice, o Ibovespa operou em alta, de olho no andamento da guerra comercial entre EUA e China.

Agenda do dia

Indicadores

▪️ 04h30 – Alemanha/S&P Global: PMI composto preliminar de abril

▪️ 05h00 – Zona do Euro/S&P Global: PMI composto preliminar de abril

▪️ 10h45 – EUA/ S&P Global: PMI composto preliminar de abril

▪️ 11h00 – EUA: Vendas de moradias novas em março

▪️ 11h30 – EUA: Estoques semanais de petróleo do DoE

▪️ 14h30 – BC: Fluxo cambial semanal

▪️ 15h00 – EUA/Fed: Livro Bege

Eventos

▪️ 09h30 – Haddad participa de evento promovido pela CNN Brasil, em Brasília

▪️ 10h00 – EUA: Austan Goolsbee (Fed) fala

▪️ 10h30 – EUA: Christopher Waller (Fed) discursa

▪️ 14h00 – Galípolo participa de reuniões do FMI, em Washington

▪️ 19h30 – Beth Hammack (Fed) fala

▪️ Lula vai a jantar promovido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta

Balanços

▪️ NY/antes da abertura: Boeing e AT&T

▪️ NY/depois do fechamento: IBM

▪️ Brasil/depois do fechamento: Hypera

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