O Papa Francisco morreu nesta segunda-feira, 21, aos 88 anos, deixando milhões de pessoas impactadas em várias partes do mundo logo após um domingo de Páscoa. Jorge Mario Bergoglio liderou a Igreja Católica por 12 anos, instituição que soma bilhões de euros em bens e acumula grande influência.
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Sobre o salário do Papa, não há um valor fixo para ninguém que ocupa o cargo. As despesas – como moradia, alimentação e viagens – são cobertas pelo Vaticano.
O Papa Francisco, em específico, tinha um estilo de vida mais humilde e modesto por ter feito um voto de pobreza, já que integrava a ordem religiosa Companhia de Jesus.
O Vaticano, que sustenta financeiramente o papado e toda a estrutura da Igreja Católica, tem diversas fontes de receita – incluindo imóveis, museus que recebem turistas, a Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (APSA) e o Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido popularmente como Banco do Vaticano.
No caso do Banco do Vaticano, conforme o balanço financeiro mais recente, referente ao ano de 2023, foram € 5,4 bilhões em ativos sob gestão e mais de € 30 milhões em lucro.
Já a APSA administra mais de 5 mil imóveis, dos quais cerca de 4,2 mil são em solo italiano. A instituição lucrou cerca de € 46 milhões no acumulado de 2023, dos quais € 37,9 milhões foram destinados às ações do Papa. O patrimônio administrado cresceu € 7,9 milhões de euros, mesmo sem venda de imóveis institucionais.
Sobre os investimentos, o relatório aponta que, devido ao cenário econômico incerto, a estratégia adotada priorizou uma postura mais conservadora, limitando a compra de ações, reduzindo o prazo médio dos títulos para cerca de quatro anos e mantendo metade dos recursos em caixa.
Vale lembrar que a instituição, que é como a ‘tesouraria do Vaticano’, tem regras éticas para investimentos – ou seja, não investe em empresas de armas, combustíveis fósseis, laboratórios que lidam com embriões humanos e coisas do gênero.
Mudanças no Banco do Vaticano sob o Papa Francisco
Além das discussões sobre a doutrina, Papa Francisco teve uma gestão de mais de uma década marcada pelo aumento de transparência no Banco do Vaticano. O sumo pontífice colaborou para um aumento da lucratividade e submeteu a instituições a novas regras.
Pela primeira vez, em meados de 2013, tomou a decisão de tornar públicas as demonstrações financeiras da instituição, prática antes inexistente. A partir de 2015, foram firmados acordos com autoridades e instituições financeiras da Itália, União Europeia, Estados Unidos e outros países, permitindo o intercâmbio de informações sobre transações suspeitas.
Além disso, em meados de 2019, Francisco determinou que o banco passasse a ser auditado por uma empresa independente – trabalho que antes ficava restrito a um conselho interno.
Com isso, o número de clientes caiu de 17,4 mil em 2013 para 12,3 mil no ano de 2023 – sinalizando que contas irregulares ou problemáticas devem ter deixado a instituição após as novas regras de transparência.
Apesar da diminuição no número de clientes, o desempenho financeiro melhorou. Quando o Papa Francisco assumiu, o lucro do Banco do Vaticano fora de € 2,9 milhões, enquanto no ano de 2023, em uma década de sua gestão, a instituição mostrou um lucro de € 30,6 milhões. Desse total, € 13,6 milhões foram destinados a obras sociais, conforme estabelecido pelo estatuto implementado em 2019.
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