A startup Nate afirmou utilizar IA para facilitar compras online, mas uma investigação revelou que o serviço era, na verdade, realizado por humanos — e agora a empresa está sendo processada.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusa a empresa de enganar consumidores e investidores ao divulgar que seu aplicativo realizava compras com tecnologia de inteligência artificial. Na prática, as transações eram efetuadas por trabalhadores nas Filipinas e Romênia, e não por algoritmos avançados.
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Fraude com “toque humano”
Albert Saniger, fundador e ex-CEO da Nate, foi indiciado por fraude de títulos e fraude eletrônica. As acusações afirmam que Saniger usou a promessa de IA para construir uma falsa narrativa de inovação tecnológica, atraindo investimentos com base em mentiras.
“Albert Saniger enganou os investidores ao explorar a promessa e o fascínio da tecnologia de IA para construir uma falsa narrativa sobre inovação que nunca existiu”, declarou o procurador interino dos EUA, Matthew Podolsky. “Esse tipo de fraude não apenas vitimiza investidores inocentes, mas também desvia capital de startups legítimas.”

O caso ganhou força após uma reportagem do site The Information, publicada em 2022, revelar que a automação do Nate era quase inexistente, dependendo fortemente de trabalho humano.
Promessas falsas
O aplicativo Nate se vendia como uma ferramenta para “pular o processo de checkout”, prometendo uma experiência de compra simplificada com apenas um clique. No entanto, a acusação afirma que a IA adquirida de terceiros pela empresa “nunca alcançou a capacidade de concluir consistentemente compras de comércio eletrônico”.
Segundo o Departamento de Justiça, a automação era “efetivamente zero por cento”. A empresa teria contratado centenas de pessoas no exterior para executar manualmente as compras simuladas como automáticas.
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Embora a empresa também tenha utilizado bots em alguns momentos, eles eram aplicados apenas em tarefas pontuais e não substituíam o trabalho manual.
Startup agora passa por riscos e punições por IA
Saniger pode enfrentar até 40 anos de prisão, somando as penas máximas de 20 anos para cada uma das acusações. A gravidade do caso destaca o crescente problema de “lavagem de IA”, termo usado para descrever empresas que alegam usar inteligência artificial para impressionar consumidores e investidores, mesmo sem de fato empregar tal tecnologia.
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O escândalo da Nate acende um alerta sobre os limites da regulação e fiscalização em startups que afirmam trabalhar com inteligência artificial. Com o aumento do interesse global pela IA, casos como esse colocam em risco a credibilidade do setor.
Além disso, o episódio reforça a necessidade de mais transparência sobre os processos tecnológicos que empresas dizem utilizar, especialmente quando envolvem promessas de automação total ou avanços radicais.

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Fonte: Fortune