
Pela primeira vez, o comércio entre os EUA e o Brasil chegou à marca de US$ 20 bilhões, o que marca um recorde no primeiro trimestre de um ano.
No período entre janeiro e março de 2025, as exportações do Brasil para os EUA somaram US$ 9,7 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 10,3 bilhões, segundo relatório da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio).
Em comparação com o mesmo período do ano passado, o volume representa um crescimento de 6,6%. Ainda assim, a balança comercial brasileira com os EUA permaneceu deficitária.
Ainda no primeiro trimestre deste ano, as exportações da indústria brasileira atingiram US$ 7,8 bilhões, o que elevou a participação dos EUA como destino das exportações industriais nacionais para 18,1%.
Um avanço foi registrado na exportação de seis dos dez principais produtos comercializado entre o Brasil aos EUA:
Sucos (+74,4%)
Óleos combustíveis (+42,1%)
Café não torrado (+34%)
Aeronaves (+14,9%)
Semiacabados de ferro ou aço (+14,5%)
Já na linha das importações, outros oito dos dez principais produtos tiveram uma alta neste primeiro trimestre:
Óleos brutos de petróleo (+78,3%)
Medicamentos (+42,4%)
Motores e máquinas não elétricos (+42,3%)
Outros produtos farmacêuticos (+29,1%)
Óleos combustíveis (+9,4%)
Aeronaves (+8,1%)
Apesar do fortalecimento da relação comercial, as incertezas causadas pelo tarifaço de Donald Trump geram um alerta para o comércio, segundo Amcham.
“Apesar do desempenho positivo no início do ano, as tarifas anunciadas pelos EUA – como a sobretaxa de 10% sobre exportações brasileiras em geral e as tarifas de 25% sobre aço, alumínio e autopeças – criam um ambiente de incerteza para o comércio bilateral ao longo de 2025”, afirmou o relatório.
Tarifa de importação do Brasil sobre os EUA é de 3%, não 11%
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender a imposição de tarifas mínimas de 10% sobre importações vindas de mais de 160 países.
Segundo ele, a medida busca restaurar o equilíbrio comercial e garantir a “reciprocidade” nas trocas internacionais.
Para justificar essa decisão, Trump argumenta que os EUA pagam tarifas muito mais altas do que recebem de seus parceiros.
No entanto, esse raciocínio desconsidera nuances importantes da estrutura tarifária de países em desenvolvimento, como o Brasil.
Diferença entre tarifas nominais e efetivas
De acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil possui uma alíquota média de importação de 11,2%, enquanto a dos EUA é de 3,3%.
Esses números, embora verdadeiros, refletem apenas as tarifas nominais previstas por lei.
Na prática, no entanto, esse valor raramente é pago pelas empresas.
Isso ocorre porque o Brasil adota uma série de incentivos e regimes especiais que reduzem o imposto efetivamente aplicado sobre produtos importados.
Dessa forma, o que está no papel nem sempre corresponde à realidade comercial.
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