
No século passado, desde 1945, quando chegou ao fim a Segunda Guerra Mundial, o Brasil aderiu a um sistema de protecionismo que pode ser um exemplo ao sistema econômico fechado que o presidente norte-americano, Donald Trump, busca colocar em prática ao tarifar importações aos EUA, afirmou o jornal econômico The Wall Street Journal, no sábado (12).
No Brasil há uma lista de produtos que são mais caros do que no mercado norte-americano, a exemplo do iPhone 16, que custa US$ 799 nos EUA, até itens de alimentação, como garrafa de champanhe Veuve Clicquot, que são vendidos lá fora por US$ 110.
O jornal afirmou que as tarifas de importação, controles cambiais e barreiras comerciais são as razões para os altos preços praticados no Brasil.
O protecionismo brasileiro começou na Segunda Guerra Mundial, como uma tentativa do governo de manter empregos. No entanto, o que a ação gerou foi a elevação dos custos aos consumidores, segundo economistas consultados pelo jornal.
“Eles nunca sentiram a pressão competitiva para inovar, reduzir custos e encontrar uma maneira de sobreviver em um mercado competitivo”, disse Alberto Ramos, chefe de pesquisa econômica da América Latina no Goldman Sachs à reportagem em questão.
Enquanto isso, Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda do Brasil entre os anos 1980 e 1990, afirmou que as ideias de Trump, sobre o fortalecimento da indústria dos EUA, se parecem ao que pensava-se na América Latina logo após a Segunda Guerra Mundial.
“A ideia de que tarifas protecionistas impulsionariam a indústria nacional, se espalhando para os serviços e a agricultura, e enriqueceriam o país. Bem, não funcionou”, acrescentou.
DXY atinge menor patamar e reforça tendência de venda nos EUA
Apesar de lastreado mundialmente e utilizado como moeda de referência, o dólar é comumente comparado a um conjunto de moedas fortes para testar sua resiliência e valorização. O Índice DXY é responsável por fazer essa comparação e pela primeira vez desde 2022 operou abaixo de 100 pontos na sexta-feira (11).
Analistas relacionam o baixo desempenho do índice a uma real chance de recessão econômica para os EUA. Segundo traders, a tese do ‘excepcionalismo’ americano está cada vez mais fraca com o dólar perdendo valor, desde o registro de valorização recorde no final de 2024.
Após alcançar 110 pontos no final de 2024, o DXY recuou para 99,25 pontos na manhã de sexta-feira. Uma desvalorização superior a 8% no ano. Um mercado “bear” foi observado com a escalada do conflito tarifário entre EUA e China e o mercado norte americano tem se comportado como uma economia emergente: desvalorização da moeda e abertura de juros futuros, como reforça o Fed.
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