
Uma extraordinária descoberta arqueológica ocorreu recentemente na Ilha de Chipre. O famoso naufrágio da embarcação de Kyrenia, datado do século IV a.C., revelou tesouros que permaneceram intactos por séculos.
Originalmente encontrado por Andreas Cariolu em 1965, o naufrágio tornou-se um dos mais importantes achados arqueológicos da região. Durante as escavações subsequentes, realizadas em 1968 e 1969, foram desenterradas mais de cem ânforas, além de diversos artefatos comerciais que indicavam o tipo de mercadoria transportada.
Estudos anteriores estimavam que a última viagem do navio teria ocorrido por volta de 300 a.C. No entanto, pesquisas recentes publicadas na revista científica PLOS ONE questionam essa datação inicial e apresentam novas evidências sobre o período do naufrágio.
Os restos do navio naufragado em Kyrena, hoje expostos – Imagem: Wikimedia Commons/reprodução
Revisão da datação
Cientistas da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, conduziram um estudo detalhado utilizando métodos avançados de análise.
Utilizando técnicas como dendrocronologia e calibrações modernas de radiocarbono, desafiaram as datas previamente aceitas.
Os pesquisadores enfrentaram desafios técnicos, especialmente com a remoção do polietilenoglicol, que poderia afetar a precisão dos resultados.
Contudo, ao final da investigação, conseguiram determinar que o naufrágio ocorreu entre 286 a.C. e 272 a.C., um período mais recente do que o inicialmente sugerido.
O que essa descoberta representa?
A atualização da curva de calibração do radiocarbono para o hemisfério norte, aplicada a essa descoberta, proporciona um entendimento mais preciso das práticas náuticas e comerciais do Mediterrâneo antigo.
Os novos métodos aplicados na datação do naufrágio abriram portas para o refinamento da cronologia da história marítima clássica. Esta abordagem moderna promete beneficiar futuras investigações arqueológicas, oferecendo uma base mais sólida para a interpretação de evidências históricas.
O estudo sublinha a importância de revisitar descobertas antigas com novas tecnologias, permitindo uma reconstrução mais detalhada do passado humano.
À medida que essas técnicas evoluem, o conhecimento sobre a navegação e o comércio da Antiguidade torna-se cada vez mais profundo e preciso, revelando segredos há muito ocultos sob as ondas.
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