Como o Spotify usou o The Pirate Bay para criar seu império

O The Pirate Bay foi, por muito tempo, a referência em pirataria. Uma verdadeira biblioteca digital onde tudo era gratuito — músicas, filmes, séries, jogos, software. E sim, o maior site de arquivos piratas surgiu lá na Suécia, em 2003.

Com o tempo, os fundadores do Pirate Bay enfrentaram uma série de problemas legais, incluindo processos e condenações por violação de direitos autorais. Atualmente, o site ainda está no ar, mas longe de ser o que já foi. Sofre constantes bloqueios, vive mudando de domínio e tem uma performance bem instável. Praticamente um RIP virtual.

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A ideia do Spotify

Na época em que o Pirate Bay dominava, a indústria da música também enfrentava uma crise séria. As vendas de CDs despencavam, e o modelo de negócios tradicional estava cada vez mais ameaçado. Em 2006, as coisas pareciam sem rumo. Apesar do iTunes já estar em ascensão, ainda não havia se tornado tão popular quanto viria a ser. A pirataria seguia firme, tanto para músicas quanto para filmes — quem nunca comprou um DVD pirata no calçadão da cidade?

Foi nesse cenário que Daniel Ek teve uma ideia: se a indústria estava ocupada processando e perseguindo quem criava sites piratas, por que não criar um serviço melhor, que oferecesse uma experiência tão boa (ou melhor) quanto a pirataria — mas de forma legal? A pergunta-chave que guiou essa ideia foi: por que as pessoas preferem piratear conteúdo?

A resposta mais óbvia era o custo: era de graça. Mas havia outros motivos importantes, como o acesso instantâneo, a enorme variedade de músicas disponíveis e a facilidade de uso. Bastava digitar o nome de uma faixa, encontrar o arquivo e baixar. Simples assim — e ainda tinha a vantagem de não precisar comprar um CD inteiro para ouvir só uma música.

Vantagens do streaming

A proposta de Ek era criar uma plataforma de streaming que oferecesse tudo isso de forma legal, mas com um diferencial: ser ainda mais rápida e fácil do que os downloads ilegais. A meta técnica era ousada: permitir que o usuário desse play em uma música em menos de 285 milissegundos — mais rápido até do que clicar num MP3 já salvo no computador.

Com a tecnologia pronta, o desafio seguinte era convencer a indústria da música a embarcar nessa ideia. E quem conhece um pouco sobre o funcionamento desse mercado, sabe que ele vai muito além de canções. É um sistema carregado de interesses políticos, econômicos e até mesmo envolvimento com atividades ilegais, como o tráfico de drogas.

A questão é que, para a indústria fonográfica, uma plataforma de streaming era vista inicialmente como uma ameaça. No entanto, Daniel Ek tinha dados que mostravam justamente o contrário: o streaming legal poderia gerar mais receita do que a luta contra a pirataria. E foi com essa visão que nasceu o Spotify.

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