Audiência na Assembleia de MG debate investimento de R$ 1,5 bi em ferrovia na Serra Azul

Audiência pública marcada para hoje na Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai debater o impacto econômico e social da construção de ramal ferroviário entre os municípios de Mateus Leme e São Joaquim de Bicas, na região de Serra Azul, a cerca de 50 quilômetro da capital Belo Horizonte.

O projeto, encabeçado pela Cedro Participações — conglomerado que reúne empresas das áreas de mineração, logística, agronegócios e saúde — prevê investimentos de R$ 1,5 bilhão em uma ferrovia de curta distância, conhecida no jargão do setor como shortline, com extensão de 26,47 quilômetros.

O projeto será conectado à Malha Regional Sudeste, garantindo acesso ferroviário ao Porto de Itaguaí (RJ), onde a Cedro também constrói um terminal destinado à movimentação de minério de ferro.

O Ramal Ferroviário Serra Azul, da Cedro, prevê o transporte de 25 milhões de toneladas de minério de ferro para exportação anualmente e deve retirar 5 mil carretas por dia das estradas da região, reduzindo emissões de gás carbônico (CO2) em cerca de 40 mil toneladas anuais.

Calcula-se que um dos principais impactos do projeto seja uma redução significativa dos acidentes de trânsito na BR-381, também conhecida como “Rodovia da Morte”. Só nos últimos três anos, foram registrados mais de 7.000 acidentes no trecho que corta a Serra Azul, sendo 440 fatais. Cinco trens com capacidade de carregar até 130 toneladas em 132 vagões vão operar no Ramal Ferroviário Serra Azul. Cada trem substitui o equivalente a 570 carretas.

Além da redução dos acidentes, o projeto também contribuirá para a geração de empregos na região. Prevê-se a criação de 4.000 postos de trabalho diretos e 3.000 indiretos. Haverá também um aumento na arrecadação tributária dos municípios.

Em meados de março, a Superintendência de Transporte Ferroviário do Ministério dos Transportes caracterizou como bens de utilidade pública os imóveis localizados onde a Cedro Participações planeja construir seu empreendimento. Com isso, fica autorizada a desapropriação para que a obra de infraestrutura possa ser executada.

O mapeamento fundiário ainda está na fase de levantamento das propriedades por onde passará a ferrovia. No estudo do traçado está prevista a menor interferência possível das áreas povoadas e o aproveitamento de caminhos geográficos existentes, com o menor número de pontes, viadutos, extensão de túneis e cortes rochosos.

O projeto tem ainda o compromisso de buscar a maior gama de ações preventivas e mitigadoras de impactos, respeitando áreas de proteção ambiental e as comunidades locais. Estima-se que 188 famílias serão afetadas pela desapropriação. O início das obras do Ramal Ferroviário Serra Azul está previsto para 2028, e suas operações, em 2030.

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