Copasa (CSMG3) recua 23% no 4TRI24, com aumento de despesas

A Copasa (CSMG3), Companhia de Saneamento de Minas Gerais, registrou um lucro de R$ 271,9 milhões no quarto trimestre de 2024, representando uma queda de 23,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

O resultado reflete as dificuldades enfrentadas pela empresa durante o trimestre, apesar de ter alcançado um crescimento modesto em sua receita operacional.

No período de outubro a dezembro de 2024, a Copasa obteve uma receita operacional líquida de R$ 1,98 bilhão, o que representou um crescimento de 0,6% em relação ao quarto trimestre de 2023.

A maior parte dessa receita, cerca de R$ 1,76 bilhão, veio das atividades relacionadas ao fornecimento de água, esgoto e coleta de resíduos sólidos. Esse segmento teve um leve aumento de 0,1% em sua receita quando comparado ao mesmo período de 2023.

No entanto, o desempenho financeiro da companhia foi severamente impactado por um aumento expressivo nas despesas financeiras, que somaram R$ 109,3 milhões.

O valor representou um crescimento de quase cinco vezes em relação ao mesmo período de 2023 e foi causado, principalmente, pela volatilidade cambial do real frente ao euro, além do aumento da dívida bruta da empresa nos últimos 12 meses.

O cenário de custos elevados afetou diretamente a margem de lucro da Copasa, que viu suas despesas operacionais subirem 7,8% na comparação anual, atingindo R$ 1,06 bilhão.

Apesar do crescimento nas receitas, o aumento significativo nas despesas financeiras e operacionais ofuscou os ganhos da Copasa, resultando em um desempenho financeiro mais fraco no encerramento do ano.

A empresa segue monitorando a situação financeira e as condições do mercado, buscando alternativas para minimizar os impactos desses desafios econômicos.

Copasa (CSMG3): aumento do endividamento e impacto cambial

O endividamento líquido da Copasa (CSMG3) teve uma elevação significativa ao longo de 2024, passando de R$ 3,80 bilhões, em dezembro de 2023, para R$ 5,37 bilhões no mesmo período de 2024.

Esse aumento resultou em um impacto no índice de alavancagem da empresa, que mede a relação entre a Dívida Líquida e o EBITDA dos últimos 12 meses. O índice subiu de 1,5x para 1,9x, refletindo a crescente pressão sobre as finanças da companhia.

Uma parte considerável dessa dívida está vinculada a contratos com instituições financeiras internacionais, como o banco alemão KfW, o Banco Europeu de Investimento (BEI) e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).

O saldo da dívida em moeda estrangeira atingiu € 193 milhões (aproximadamente R$ 1,25 bilhão), o que representa 20,2% do total de empréstimos e financiamentos da empresa.

O percentual é superior aos 14,3% registrados no ano anterior, com o aumento sendo impulsionado pelas liberações de recursos ao longo de 2024, especialmente por meio dos contratos com o KfW e a AFD.

A Copasa destacou que a variação cambial associada a esse endividamento só afetará o caixa da empresa nos vencimentos dos contratos, o que significa que, no curto prazo, o impacto da flutuação do câmbio não será imediato.

A companhia ainda não possui um mecanismo de hedge para se proteger dessas variações, mas está avaliando a implementação de uma estratégia de proteção cambial.

No entanto, parte da dívida em moeda estrangeira, no valor de R$ 62,4 milhões, está programada para vencimento no curto prazo, o que poderá gerar um impacto financeiro imediato.

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