Processo político já em curso

editorial

Não há novidades quando se destaca o processo político que se renova a cada eleição: proclamado o resultado, os políticos já começam a pensar na próxima disputa, uma vez que no Brasil elas ocorrem de dois em dois anos. Mesmo para postos distintos, estão interligadas.
O próximo pleito colocará em jogo a Presidência da República, dois terços do Senado Federal, a Câmara dos Deputados e assembleias legislativas, mas prefeitos e vereadores também estão no jogo. No caso de Minas, o PSD dá o primeiro passo ao realizar três dias de discussão em Belo Horizonte, com a presença do seu presidente Gilberto Kassab, um dos principais players da política brasileira.
O ex-prefeito de São Paulo é uma figura ímpar: preside um partido que tem assento no Governo Lula, mas ele pessoalmente é secretário de Governo na Gestão de Tarcísio de Freitas, um dos nomes mais cotados para enfrentar o PT em 2026 caso o ex-presidente Jair Bolsonaro tenha seu nome inviabilizado juridicamente pelo STF e pelo TSE.
Kassab está em Minas para defender a candidatura ao Governo do senador Rodrigo Pacheco, que está na comitiva do presidente Lula na viagem ao Japão. Ele considera o senador o quadro mais adequado e articula, inclusive, apoio do presidente Lula em detrimento de uma candidatura própria do Partido dos Trabalhadores.
Ao voltar do Japão, o senador deverá anunciar se vai para a disputa à sucessão de Romeu Zema ou se pretende renovar seu mandato de senador. Embora o pleito só vá acontecer em outubro de 2026, a fila já está aumentando, e os espaços começam a ser ocupados.
O governador Romeu Zema, por exemplo, praticamente delegou ao seu vice, Mateus Simões, a administração de Minas, enquanto também cuida de seu futuro, ora pensando numa candidatura à Presidência da República, ora a uma vaga no Senado. Mateus, cujo marketing indicou ser chamado de Professor Mateus, age, de fato, pensando na eleição. Por palavras e gestos atua como um pré-candidato.
O vice, porém, não é o único. O senador Cleitinho Azevedo já admitiu a possibilidade de disputar, mas depende de entendimentos. Filiado ao Republicanos, pode migrar para o PL. Enquanto isso não acontece, atua em várias frentes, inclusive na promoção de atos que atraem engajamento nas redes sociais.
Se o senador Rodrigo Pacheco preferir tentar a reeleição, o Partido dos Trabalhadores terá o desafio de indicar um nome capaz de unir o partido e convencer as ruas de ser a melhor opção. Na última eleição em que teve candidatura própria – e com a ampla vantagem de estar no poder -, o partido se viu fora do segundo turno. O governador Fernando Pimentel não ficou entre os dois finalistas. O partido quer, portanto, alguém que mude essa imagem. A prefeita de Contagem, Marília Campos, reeleita para o segundo mandato, é a mais cotada, mas só o tempo dirá.
Com os nomes à mesa, o eleitor já começa a avaliar os primeiros ensaios, mas esse jogo é para ser jogado apenas pelos políticos. As ruas só vão se manifestar a partir do segundo semestre do ano que vem, depois da Copa do Mundo. Até lá, tudo pode acontecer, inclusive nada.

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