PIB do Brasil deve ter impacto mínimo das tarifas de Trump

Foto: Pexels / aço

As tarifas de 25% impostas por Donald Trump sobre a importação de aço e alumínio nos EUA, começaram a ser aplicadas nesta quarta-feira (12), mas devem ter um impacto de 0,01% no PIB do Brasil, segundo estimativa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

O instituto também calculou que a tarifa também reduzirá as exportações brasileiras em 0,03%. No entanto, Mas o segmento de Metais Ferrosos no Brasil deve sentir um impacto expressivo, com queda de produção de 2,19% e redução de 11,27% das exportações.

O Ipea acredita que a tarifa norte-americana traria uma perda de exportação equivalente a US$1,5 bilhão e de 1,6 milhão de toneladas, segundo o “InfoMoney”.

“Considerando que quase toda a redução se dará nas vendas para os EUA, as exportações para este país teriam queda de 36,2%. Em termos macroeconômicos, o impacto no Brasil seria insignificante, de queda de 0,01% do PIB e de 0,03% das exportações totais”, afirmou o estudo do Ipea.

O setor siderúrgico no Brasil deve ser afetado diretamente em mais de 10% do faturamento devido a taxa de importação norte-americana. 

“E a dependência deste mercado é ainda maior no caso dos produtos semiacabados (placas e lingotes), visto que cerca de 90% das vendas brasileiras para os EUA concentram-se nesses produtos”, destacou o documento.

O presidente do Instituto Aço Brasil, que representa empresas como Gerdau e Usiminas, Marco Polo de Mello Lopes, afirmou que espera que um novo regime especial, como as cotas aplicadas no primeiro mandato de Trump, que estavam em vigor desde 2018, seja adotado para o Brasil.

“A gente continua com a expectativa já que os canais foram abertos em nível muito alto entre os dois governos para a gente tentar reestabelecer o acordo do regime de cotas”, disse o presidente do Aço Brasil, em entrevista à “Reuters”.

“Mostramos que nossa exportação para eles é complementar; são placas de aço que vão ser laminadas pela própria indústria norte-americana. O Brasil exporta para indústria dele, ou seja, tudo leva a crer que a gente vai reestabelecer o acordo de cotas“, adicionou Lopes.

JP Morgan eleva ações do Brasil para compra como ‘movimento tático’

JP Morgan alterou sua recomendação para as ações brasileiras, passando de “neutro” para “compra”, destacando que essa mudança é tática, e não estrutural. O banco lembrou que os problemas domésticos que levaram ao rebaixamento do Brasil, como a fraca situação fiscal, ainda permanecem relevantes.

Simultaneamente, a instituição revisou sua recomendação para o México, reduzindo as ações do país de “compra” para “neutro”. O JP Morgan observou que, apesar de os mercados de ambos os países apresentarem valuations atrativos, o posicionamento técnico das bolsas ainda é fraco.

“No entanto, o cenário global agora beneficia o Brasil (contanto que os EUA não entrem em recessão),” diz o relatório. 

O JP Morgan também apontou que o Brasil pode estar mais próximo do que se pensava de encerrar seu ciclo de aumento de juros, o que representaria um fator crucial para impulsionar as ações. 

Além disso, a recuperação da China deve resultar em um aumento de fluxo de recursos para os países emergentes, o que, provavelmente, beneficiará nações como o Brasil.

“Por último, mas não menos importante, as eleições de 2026 estão longe, mas trazem um elemento de atratividade, embora o risco daqui até lá esteja longe de ser insignificante,” escreveu o banco. 

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