Agro-norte americano ataca trump e alerta para o Brasil 

Agronegócio / Foto: CanvaPro

O agronegócio dos EUA está insatisfeito com as tarifas anunciadas pelo governo Trump. Produtores reconhecem o prejuízo de abastecer somente a demanda interna e o temor de que com a taxação da soja americana, outros países voltem-se para o Brasil.

A pressão sobre Washington ocorre em um momento em que o governo brasileiro lança seu primeiro esforço para negociar uma saída diplomática frente ao “tarifaço” estadunidense.

Um encontro entre o vice-presidente Geraldo Alckmin e o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick está marcado para esta quinta-feira (06). A reunião ocorre após Trump citar nominalmente o Brasil em discurso no congresso americano acusando de práticas tarifas injustas.

Brasil vencedor 

Dentre as diferentes sanções aplicadas pelo governo dos EUA, um dos poucos segmentos com superávit favorável é o do agronegócio chinês.

Pequim retaliou rapidamente sobre a soja norte-americana com taxas de 10% sobre a matéria prima importada. Os fazendeiros consideram que o Brasil pode suprir o vácuo deixado pela maior economia do mundo. 

O presidente da associação americana de soja, Caleb Ragland, alerta: “sabemos que os produtores estrangeiros de soja no Brasil e em outros países esperam colheitas abundantes este ano e estão preparados para atender a qualquer demanda decorrente de uma nova guerra comercial entre os EUA e a China”.

“Como a produção agrícola de maior exportação dos EUA, a soja enfrenta impactos enormes e desproporcionais das interrupções do fluxo comercial, especialmente para a China, que é nosso maior mercado”, disse o executivo.

Mercado externo

Nos últimos meses, o lobby do setor foi intenso, tentando evitar que a Casa Branca abrisse uma guerra comercial com os chineses. O mal-estar se aprofundou depois que, em seu discurso ao Congresso americano na terça-feira, Trump sugeriu aos fazendeiros dos EUA que vendessem para o mercado nacional. 

A receita foi ridicularizada pelos exportadores que alegaram não haver mercado doméstico suficiente para absorver as perdas de não comercializar em cenário internacional.

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