Meta adota filosofia polêmica para lidar com funcionários insatisfeitos

Sob a influência da filosofia “discordar e se comprometer” de Jeff Bezos, a Meta tem reformulado a forma como responde às críticas internas. Andrew Bosworth, diretor de tecnologia da empresa, sugeriu que os funcionários descontentes deveriam considerar mudanças de emprego, o que gerou debates intensos.

A introdução dessa abordagem ocorre em meio a respostas insatisfatórias de colaboradores que questionam as alterações nas políticas internas. Em um fórum da empresa, foram levantadas preocupações sobre a eliminação de programas LGBTQIA+ e discussões controversas em plataformas externas.

Bosworth, em resposta, reiterou a necessidade de aliar discordância e compromisso, ao ecoar a prática de Bezos na gestão de decisões rápidas e eficazes. A postura dividiu opiniões, com alguns funcionários criticando a falta de diálogo interno.

Andrew Bosworth, diretor de tecnologia da Meta – Imagem: reprodução/Meta.com

Discordar e se comprometer: uma abordagem controversa

O grupo interno de trabalhadores “Let’s Fix Meta”, com cerca de 12 mil membros, tornou-se um palco de críticas à liderança da empresa. Funcionários manifestaram insatisfação sobre como as mudanças foram implementadas, especialmente em relação a políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI).

Ao responder a tais críticas, Bosworth destacou que os colaboradores que não aceitassem as novas diretrizes deveriam considerar procurar outras oportunidades. Essa resposta reforçou ainda mais a divisão entre os que apoiam e os que se opõem à nova filosofia.

A defesa de Bosworth

Andrew Bosworth compartilhou um artigo sobre as declarações de Mark Zuckerberg para ilustrar seu próprio ponto de vista. Segundo ele, a liderança já esperava que respostas internas vazassem, mas isso não deveria impedir a tomada de decisões firmes e rápidas.

Para Bosworth, o compromisso é essencial para a eficácia da empresa, mesmo que algumas decisões gerem discordâncias internas. Ele ressaltou ainda que vazamentos prejudicam o debate saudável e a transparência dentro da empresa.

Influência de Jeff Bezos

A prática de “discordar e se comprometer” ganhou notoriedade em 2016, quando Bezos defendeu sua eficácia em acelerar decisões na Amazon. Em uma carta, ele explicou que, mesmo sem consenso, tal abordagem pode facilitar a ação rápida e assertiva.

A ideia central é que, mesmo diante de incertezas, as decisões podem ser tomadas de forma mais ágil se todos se comprometerem com a escolha realizada. Isso foi exemplificado por Bezos em um projeto aprovado pela Amazon Studios, mesmo sem garantias de sucesso.

Essa filosofia é cada vez mais adotada por gigantes da tecnologia, como a Meta e a Amazon, no Vale do Silício. Com demissões em massa e reestruturações, tais empresas buscam eficiência e rapidez na execução de suas estratégias.

A abordagem de Bezos, vista como um antídoto para a burocracia, agora é usada de forma mais rígida, ao incentivar a pactuação rápida mesmo sem consenso total. Para críticos, isso pode sufocar a diversidade de pensamento e inovação.

Portanto, a Meta, ao aderir a esse princípio, está em uma encruzilhada: ou impulsiona a inovação e a eficiência ou arrisca sufocar vozes internas e fomentar o conformismo. Resta saber se essa prática trará os resultados desejados a longo prazo.

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