Ibovespa abre oscilando com cautela antes do Carnaval; dólar cai

O Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta sexta-feira (28) oscilando, na última sessão antes do feriado de Carnaval em que investidores reagem a dados mistos nos EUA. Agentes do mercado estão aguardando os dados de inflação do país, com o PCE, e se posicionam para a imposição de tarifas.

Por volta das 10h14 (horário de Brasília) o marcador estava em queda de 0,06% aos 124.721 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial apresentava uma queda de 0,15%, cotado a R$ 5,8313.

O feriado de carnaval sugere maior prudência, avalia o o coordenador de economia da APIMEC Brasil, Alvaro Bandeira. Segundo ele, o encerramento do mês de fevereiro “sempre traz mudanças”. Após o pregão desta sexta-feira (28), o mercado só volta a operar no meio da Quarta-Feira de Cinzas, com o exterior mantendo operações.

As expectativas para os dados de inflação dos EUA em janeiro, com a publicação do PCE no país às 10h30 (horário de Brasília), movem o Ibovespa. Esses dados podem influenciar a trajetória dos juros do Fed (Federal Reserve), já que esse é o índice de inflação preferido da instituição.

Enquanto isso, investidores seguem atentos à política tarifária dos EUA, se posicionando para a implementação das tarifas do país para o Canadá, México e a China. Para os vizinhos, o presidente do país norte-americano, Donald Trump, promete taxas de 25%. Já para os chineses, a tarifa deve ser de 10%.

Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa

Economistas consultados pela “Reuters” preveem que vai haver uma desaceleração no PCE na base anual, tanto no dado geral quanto no núcleo do indicador. Enquanto aguardam este índice, investidores estão atentos a notícias sobre as novas tarifas, que devem ser impostas ao México, Canadá e China em 4 de março.

No cenário nacional, agentes do mercado acompanham a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Montevidéu, na tarde desta sexta-feira (28). Lula vai participar da posse do presidente eleito do Uruguai, Yamandú Orsi, que ocorre neste sábado (1º).

O Ibovespa também responde às negociações entre o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e Trump. Os dois vão se reunir nesta sexta-feira (28), com o objetivo de firmar um acordo de participação dos EUA no setor mineral ucraniano, com a busca de Kiev por apoio do país norte-americano no combate à invasão da Rússia.

Já no cenário corporativo, investidores seguem reagindo ao prejuízo contábil de R$ 17 bilhões da Petrobras (PETR4) e redução no valor dos dividendos da empresa. No pregão desta quinta-feira (27), a petroleira chegou a cair 6,5% e fechou com queda de 3,53%, além de uma perda de 24,5 bilhões em seu valor de mercado.

EUA

Os mercados futuros de Nova York apresentam queda, à medida que os investidores ajustam suas expectativas para a política monetária dos EUA, com base nos dados econômicos divulgados nesta sexta-feira (28). 

Os números dos EUA ganham importância, já que a economia dá sinais de fraqueza, mas a inflação parece mostrar uma resiliência. O PCE será o primeiro indicador a ser divulgado, às 10h30. Espera-se que o índice de preços do consumo tenha uma variação de 0,3%, mesma taxa observada em dezembro. 

O núcleo do PCE pode registrar alta para 0,3%, frente aos 0,2% de dezembro, com uma variação anualizada de 2,8%. Logo após, o índice ISM de Chicago (11h45) deve mostrar uma leve alta, passando de 39,5 para 41,0 em fevereiro. Caso a inflação não surpreenda, as expectativas de corte nos juros americanos ao longo deste ano podem ser reforçadas.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,45%

S&P 500 Futuro: -1,59%

Nasdaq Futuro: -2,78%

Bolsas asiáticas

Os mercados asiáticos sinalizaram alerta nesta sexta-feira, reagindo às declarações de Trump sobre a imposição de tarifas adicionais a diversos países. 

O presidente dos EUA confirmou que as tarifas de 25% sobre o México e o Canadá começarão após o término do período de adiamento e anunciou mais 10% de tarifa sobre produtos chineses, que já haviam sido alvo de uma tarifa de 10%. 

No dia anterior, Trump também mencionou a União Europeia como outra região sujeita a novas tarifas. Com isso, os índices globais caíram fortemente, com os mercados entrando em uma postura defensiva. Em resposta, a China emitiu um comunicado oficial do Ministério do Comércio. 

Shanghai SE (China): -3,17%

Nikkei (Japão): -2,88%

Hang Seng Index (Hong Kong): -3,28%

Kospi (Coreia do Sul): -3,39%

ASX 200 (Austrália): -0,66%

Bolsas europeias

Na Europa, os mercados estão divididos, avaliando o impacto das possíveis tarifas dos EUA sobre a União Europeia, enquanto os líderes europeus garantem que haverá uma resposta rápida.

Além disso, após reuniões com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, Trump indicou que a Grã-Bretanha poderia ser isenta das tarifas, caso um acordo comercial seja firmado.

“Acredito que há uma boa chance disso acontecer”, afirmou Trump, destacando que Starmer está “trabalhando duro” para garantir um acordo.

FTSE 100 (Reino Unido): +0,17%

DAX (Alemanha): -0,22%

CAC 40 (França): -0,40%

FTSE MIB (Itália): +0,00%

STOXX 600: -0,32%

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