WeWork no Brasil rompe com Softbank assume 100% da operação no país

A empresa matriz WeWork Companies adquiriu os 49,9% da WeWork Brasil pertencentes ao Softbank e agora é novamente única proprietária da operação brasileira do negócio. O negócio recebeu a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) na última sexta-feira, 21.

+Crise da WeWork: como está o mercado de espaços de coworking no Brasil?

+Por que modelo de negócios alemão está em crise

A locadora de escritórios compartilhados funcionava como uma joint venture com o Softbank desde que aterrissou no país, em 2017. Depois de crescer aceleradamente e se tornar líder do segmento, a WeWork Brasil passou no entanto a sofrer problemas financeiros que culminaram na inadimplência com diversos locadores em 2024.

“A reintegração da WeWork Brasil em nossa estrutura global é um passo importante para consolidar nossa posição no País e reflete nosso compromisso em firmar a bandeira da marca nesta importante região do mercado latino-americano”, disse o CEO global da WeWork, John Santora, em nota após a compra da operação brasileira.

Até o final de 2023, a empresa possuía 32 unidades em operação no país. Em meio a crise e aos calotes, foi alvo de ações de despejo e informa agora ter 28 escritórios ainda em funcionamento no Brasil.

“Esperamos unificar nossas equipes sob uma missão global para manter a posição da WeWork como uma plataforma imobiliária global líder”, disse o presidente regional na América Latina sobre o novo momento.

Cronologia da crise

A WeWork não é proprietária dos prédios em que opera. Em geral, os escritórios compartilhados são locados de fundos imobiliários e sublocados para outras empresas.

Os primeiros relatos de inadimplência da WeWork começaram a surgir em junho. Na época, os fundos imobiliários Vinci Offices, Santander Renda de Aluguéis, Torre Norte, Rio Bravo Renda Corporativa e Valora Renda Imobiliária avisaram seus cotistas sobre possíveis impactos nos rendimentos.

No final de agosto, começaram a ser noticiados processos de despejo contra a empresa por falta de pagamento de aluguéis. O período de inadimplência das ações corresponde a três meses após junho, intervalo padrão em muitos contratos de aluguel para o início de ações do tipo.

Em outubro, foi anunciado que a empresa fechou um acordo para devolver ao fundo imobiliário Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11), da gestora Rio Bravo, um imóvel que locava no bairro da Vila Madalena, em São Paulo. O prédio é sede do Quinto Andar no país.

O que prejudicou a WeWork?

CEO da Siila, Giancarlo Nicastro considera que o modelo de crescimento da empresa foi justamente um dos responsáveis pela atual crise. Segundo o executivo, a WeWork chegou “com uma agressividade na forma de consolidar o mercado muito forte, não só no Brasil como no mundo inteiro”.

A empresa fechou vários contratos de longa duração com preços de um momento de mercado aquecido. Depois, precisou lidar com um período de pandemia e com um retorno aos escritórios lento e com preços já mais baixos no mercado.

Assim, o próprio modelo de contratos longos engessou a WeWork em um momento em que era necessário flexibilidade. Até setembro de 2024, a ocupação de escritórios ainda não havia voltado ao mesmo patamar de 2019, segundo dados reunidos pela lataforma de dados SiiLA.

O post WeWork no Brasil rompe com Softbank assume 100% da operação no país apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.