Crítica | ‘Dia Zero’ – Suspense político na NETFLIX abre o caminho para o brilho de Robert de Niro

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Um ataque cibernético em grande escala ameaça o solo norte-americano. Dá pra imaginar isso na vida real? Bem, na ficção é o cenário da aguardada minissérie da Netflix Dia Zero – primeiro projeto seriado protagonizado pelo lendário Robert de Niro.

Um liquidificador de atritos com manobras políticas, sociopatas descarados, o quarto poder se manifestando, retóricas radicais, vão se tornando elementos de um campo minado político que apresenta em sua figura central as fragilidades de um ex-presidente que embarca na jornada do herói – aos trancos e barrancos.

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O ex-mandachuva da maior potência mundial (Robert de Niro) vive seus dias na tranquilidade de sua confortável residência ao lado da esposa. Certo dia, após um ataque hacker sem precedentes, é convocado pela atual presidente (Angela Bassett) para ser o encarregado pela ‘comissão do dia zero’ – uma ação definida pela presidente com extensão de poderes totais até os responsáveis serem descobertos. Aos poucos vai percebendo que nada será simples.

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Os episódios iniciais buscam preencher as lacunas no modo de pensar e atual momento do protagonista, algo que se torna prolongado, caindo em certa redundância. Mesmo assim, o desenvolvimento do personagem chama a atenção, com mistérios sobre sua saúde mental, um segredo escondido durante sua administração, sua rede de contatos e uma relação complicada com a filha. Há também um conflito interessante quando percebe um país e governo completamente diferentes dos seus tempos como presidente. De Niro debuta no mundo das séries com eficiência dando vida a esse difícil personagem.

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Falar de política é sempre complexo ainda mais num país que tem cada detalhe esmiuçado em todos os cantos. Mas esse roteiro consegue furar barreiras do ‘politiquês’, transformando esse eterno caldeirão para os tempos atuais. Nos sentimos em alguns momentos numa espécie de jogo de RPG político onde ficamos imaginando o que faríamos se fossemos tal personagem.

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Aos poucos, um ninho de cobras que vão de empresários controladores, empreendedores com dedo no governo (já viram isso por aí, né?), até políticos em busca do mais alto escalão vão dando as caras dentro de uma certa obviedade em forma de armadilha política. A arte do convencimento se choca com uma variável bem explorada: o confronto com o inimigo interno.

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Outro ponto interessante é que as subtramas – muito bem aproveitadas – ajudam a contar essa história. Temos a filha deputada, que por desavenças com o pai aceita ser marionete num jogo de poder, um fiel escudeiro com segredos no passado, uma competente chefe de gabinete com laços secretos com o ex-chefe, entre outros e outras.

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Dividida em seis longos episódios Dia Zero embala na reta final, mais precisamente no penúltimo episódio com as cartas escondidas se mostrando chaves para resoluções. Então paciência que pode ser recompensado! Pra quem curte projetos onde não ficam prontas soltas, esse pode ser um bom achado.

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